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Redecard decepciona, e Cielo adianta lucro
Primeiro balanço após fim da exclusividade de bandeiras mostra queda nos ganhos
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Segunda maior empresa
de cartões, a Redecard mostrou ontem em seu balanço a
nova realidade competitiva
do setor após o fim da exclusividade das bandeiras Visa e
MasterCard.
A Redecard teve lucro de
R$ 324,1 milhões no terceiro
trimestre, resultado 2,7%
menor do que no mesmo período de 2009, mas que ficou
10% abaixo da expectativa
da maioria dos analistas.
Mais do que a queda no lucro, a empresa mostrou um
aumento significativo de
41% nos custos de serviços e
de despesas com marketing
em relação ao terceiro trimestre de 2009.
Também houve queda nas
taxas de desconto dos lojistas, uma das principais fontes de receita, que caíram de
1,23% para 1,15% em um ano.
O fim da exclusividade
permitiu, pela primeira vez,
que os lojistas compartilhassem as maquininhas processadoras de cartões (que são
alugadas), além de reduzir o
valor dos descontos recebidos nas transações.
Para o Barclays Capital, o
resultado mostrou "rápida
deterioração" das margens
de ganho da Redecard.
"Os resultados foram fracos, com contração forte nos
preços, custos acima do esperado, além do primeiro declínio na receita de aluguéis
de máquinas", afirmou o
Barclays, em relatório.
O resultado da Redecard
levou à queda de 5,7% nas
ações e obrigou a rival Cielo a
sair às pressas para adiantar
alguns dos principais números de seu balanço, que estava previsto para o dia 3.
A Cielo teve lucro de
R$ 488,5 milhões no terceiro
trimestre, resultado 23,1%
acima de 2009. Por outro lado, também assustou com
custos operacionais de
R$ 425,9 milhões -9% acima
do segundo trimestre deste
ano e 27% mais que no mesmo período do ano passado.
A estratégia da Cielo deu
certo, e suas ações recuaram
menos, terminando o dia
com baixa de 1,68%. "A empresa está mostrando números satisfatórios", disse Aloisio Lemos, da Ágora.
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