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Medidas no álcool têm impacto no longo prazo
Agência deve forçar programação do setor
DE SÃO PAULO
As mudanças anunciadas
pelo governo na regulação
do mercado de álcool foram
comemoradas por parte do
setor, mas só devem provocar algum efeito nos preços
na próxima entressafra.
Como boa parte das usinas
já retomou suas atividades
-cerca de 200 unidades,
60% do total, segundo a Unica (associação do setor)-, a
tendência é que os preços do
etanol caiam naturalmente
nas próximas semanas.
O indicador Cepea/Esalq
para os preços do etanol anidro, misturado à gasolina,
caiu 12,6% nesta semana, para R$ 2,38 o litro.
A decisão de tratar o etanol
como combustível -não
mais como produto agrícola- e passar esse mercado
para regulação da ANP
(Agência Nacional do Petróleo) é uma reivindicação antiga do setor e foi bem recebida por especialistas.
"Com a ANP, você passa a
ter um mercado com objeto
de contrato, o que pode estimular até negociações no
mercado futuro de etanol",
afirma Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro.
Para ele, a medida também pode reduzir a informalidade ainda presente no setor e resultar em maior previsibilidade das compras de álcool, o que pode contribuir
para reduzir a volatilidade
(altos e baixos em curto período de tempo) dos preços.
Já o aumento da banda para a mistura do álcool anidro
à gasolina (de 20% a 25% para 18% a 25%) pegou o mercado de surpresa, já que o
atual modelo vinha sendo
adotado havia 18 anos.
Trata-se, segundo Nastari,
de mais uma ferramenta para
evitar uma forte alta dos preços na entressafra.
Alísio Vaz, presidente do
Sindicom (sindicado das distribuidoras), espera que a
ANP cobre um compromisso
dos usineiros na produção
do combustível. "No mercado de combustíveis, não se
pode ter agentes que uma hora estão dentro e outra hora
estão fora", afirma.
O presidente do Sincopetro (sindicato dos postos de
São Paulo), José Alberto Gouveia, também comemorou.
"Se a ANP já fizesse o acompanhamento desse mercado,
talvez teríamos importado
etanol e gasolina antes", diz.
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