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Telefónica vai poupar R$ 9 bi com Vivo
Analistas dizem que compra de R$ 17 bi, 120% acima do valor de mercado, precisa gerar economia à espanhola
Aquisição chegou ontem à Anatel; negócio faz da Telefónica a maior tele do país, com receita de R$ 31,4 bi
DE SÃO PAULO
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) recebeu ontem o pedido de
anuência para a venda da
participação da PT (Portugal
Telecom) na Vivo à Telefónica, um negócio de R$ 17,2 bilhões fechado há dois dias.
Telefónica e PT eram sócias na Vivo com 30% das
ações cada uma. Agora, os
espanhóis terão 60% da Vivo
se a agência der seu aval.
Esperava-se que o pedido
de anuência fosse feito em
setembro, um pouco antes de
PT e Oi -que tornaram-se sócias- enviarem seu acordo
para a Anatel.
A Folha apurou que também haverá antecipação do
prazo para a finalização da
troca acionária entre a operadora portuguesa e a Oi e que
os dois negócios (Telefónica/Vivo, PT/Oi) devem ser
aprovados pela agência.
Para assumir o controle da
Vivo, os espanhóis pagaram
120% acima do valor de mercado. Analistas estrangeiros
disseram que o negócio só
valeria a pena se as sinergias
decorrentes da fusão entre a
operação fixa da Telefônica e
a móvel da Vivo chegassem a
R$ 9 bilhões.
SINERGIAS
Sinergias são as economias de custos ocorridas
após a fusão entre duas empresas. Em um primeiro momento, ela será acionária e
ainda não se sabe se ocorrerá
a fusão administrativa.
Nos cálculos iniciais, a Telefónica estimava em R$ 6,44
bilhões. A PT, que vendeu
seus 30%, dizia que seria de
R$ 11,5 bilhões. Ontem, o diretor geral de Finanças da Telefónica, Santiago Valbuena,
disse que a economia pode
chegar a R$ 8,97 bilhões.
O negócio torna a Telefónica a maior operadora do país
com um faturamento de
R$ 31,4 bilhões (19,1% da receita operacional líquida total do grupo Telefónica). Ela
contará com 71,4 milhões de
clientes. A Oi terá 59 milhões
de clientes e faturamento de
R$ 30 bilhões.
(JULIO WIZIACK)
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