São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011

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Venda de etanol para os EUA cresce 52%

Resultado é do 1º semestre, em relação a 2010; exportação foi de 5,7% da produção

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

Enquanto o Brasil enfrenta a perspectiva de uma safra de cana-de-açúcar pouco produtiva, foram exportados só para os Estados Unidos 183,5 milhões de litros de etanol no primeiro semestre, crescimento de 52,3% em relação ao mesmo período de 2010.
Esse volume corresponde a 5,7% da produção nacional. Seria o suficiente para evitar, por quase dois meses, a redução da mistura do etanol à gasolina de 25% para 20%, medida cogitada pelo governo para evitar a alta dos preços e a escassez nos postos.
Na mesma medida em que as usinas brasileiras exportam durante a safra, que vai de abril até outubro, no momento da entressafra os produtores terão de importar etanol de milho americano para abastecer o mercado interno. O ciclo se repete há anos.
Não há incentivos para estocagem, por isso o produtor prefere vender para um mercado cativo.
"Qual é o sentido de a usina, que tem alta produção em julho e agosto, sentar no seu excedente de álcool, guardar e não vender?", questiona o gerente de exportação da corretora de etanol SCA Etanol do Brasil, Renato Bastos.
O governo brasileiro prometeu que serão aprovadas dentro de poucos dias condições especiais de financiamento para estoque, mas a medida não terá mais efeito para esta safra.
Segundo Bastos, os contratos de venda para os EUA foram fechados em janeiro, quando as usinas não tinham ideia da produtividade e a demanda americana era alta.
Nos Estados Unidos, uma lei federal determinou cotas do chamado etanol avançado, categoria menos poluente e mais eficiente na qual o etanol de cana se enquadra, e o de milho, não.
Cerca de 99% da produção de etanol nos EUA é de milho.
Em 2011, as distribuidoras americanas vão precisar de 1,135 bilhão de litros do etanol de fora para cumprir a meta oficial. O principal fornecedor natural é o Brasil.
O setor estima que a produtividade será 12% menor que em 2010 e que não haverá álcool suficiente nem para brasileiros nem para americanos, que em 2012 vão precisar de 2 bilhões de litros para cumprir a meta.
Assim, o Brasil deve importar, durante a safra, o etanol de milho que os Estados Unidos querem descartar.


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