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Cobrança diferenciada eleva preço, prevê consumidor
Segundo pesquisa da GfK, 60% das pessoas creem que pagarão mais se cada produto tiver diferentes preços
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO
Seis em cada dez consumidores acreditam que a proposta de permitir a cobrança
de preços diferentes no comércio para pagamento à
vista em dinheiro, cheque ou
cartão vai resultar em aumento de preços, caso o país
aprove uma legislação que permita a diferenciação.
Para esses consumidores,
os preços seriam ainda maiores especialmente se utilizarem o cartão de crédito.
O resultado é apontado em
pesquisa realizada entre os
dias 16 e 26 de março pela
consultoria GfK, com mil
consumidores acima de 18
anos em todo o país.
Órgãos de defesa do consumidor são contra a diferenciação de preços e reagem à
movimentação no Congresso
para aprovar projeto de lei
que permite a cobrança de
preços diferentes, segundo a
forma de pagamento.
Alguns sindicatos de lojistas de Minas Gerais e do Distrito Federal conseguiram liminares na Justiça para fazer
a cobrança diferenciada.
"A diferenciação de preço
é prejudicial ao consumidor.
Defendemos que o desconto
seja feito pela forma de pagamento -à vista ou a prazo- e
não pelo meio de pagamento, que é o cartão ou o cheque", diz Maria Inês Dolci,
coordenadora da ProTeste.
A entidade inicia hoje a
campanha "Cartão igual a dinheiro", para conscientizar o
consumidor -serão distribuídos 100 mil panfletos em
São Paulo e no Rio.
"Os comerciantes querem
transferir de forma injusta ao
consumidor o custo operacional que eles têm com as taxas pagas às empresas de
cartão de crédito", diz Dolci.
Para a ProTeste, a diferenciação de preços é uma prática abusiva. "Não há lei que a
permita, por isso os comerciantes têm cobrado preços
diferenciados na boca do caixa de forma camuflada."
Leia entrevista com João
Fernandes, economista da
ProTeste de Portugal,
sobre o tema
folha.com.br/me790512
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