São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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ENTREVISTA

'Segredo está em não ter medo de olhar detalhes'

DE SÃO PAULO

João Doria Jr. recebeu a Folha em seu escritório em um prédio neoclássico de alto padrão na avenida Faria Lima. Nas paredes, dezenas de fotos emolduradas em que aparece, quase sempre com a mesma expressão, sorrindo, ao lado de personalidades como o compositor Tom Jobim, o diretor Clint Eastwood, o político Tony Blair, o piloto Ayrton Senna, o ator Marcelo Mastroianni e o ex-presidente do BC Henrique Meirelles.

 


Folha - Você não cansa? A família não reclama?
João Doria Jr. -
Sou um ponto fora da curva do Domenico de Masi [sociólogo italiano, autor de "O Ócio Criativo"]. Não tenho tempo para ócio, só sou criativo quando estou ativo. Também pratico ginástica e alimentação saudável -meu índice de gordura é só de 10% a 12%. Sou apaixonado pela minha família, só tenho um casamento, não sou colecionador de esposas. Eles entendem meu ritmo.

Quanta gente trabalha com você?
A instrução para a equipe é: não percam tempo. São dez diretorias. Todas chefiadas por mulheres, esse é um dos segredos do êxito nosso. Trabalhar com elas se traduz em melhor resultado do que com homens. Elas são mais comprometidas, não têm medo nem desprazer de olhar os detalhes.

Qual sua tolerância a erros?
Nenhuma, mínima. Na primeira vez é condenável, na segunda é suportável, na terceira tem de eliminar.

O que acha do movimento "Ocupe Wall Street"?
O ser humano é como uma empresa. Não pode viver isolado e entender que apenas seu resultado e sua felicidade bastam. Tem de ser um difusor de felicidade. Essa é uma missão do cidadão, assim como de empresas. Elas não podem se isolar apenas nos seus resultados, elas vivem em comunidade. O movimento ajuda a estabelecer esse grau de confiança.


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