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Devassa muda o perfil da Schincariol
Segunda maior cervejaria do país, a companhia já prepara nova campanha com a americana Paris Hilton
Em 3 meses, a cerveja Devassa conseguiu espaço em 20% dos bares e restaurantes do Rio e de São Paulo
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
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Adriano Schincariol, presidente da companhia que produz a cerveja Devassa, na sede do grupo, localizada na cidade de Itu (interior de São Paulo)
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
Em apenas três meses, a
Devassa Bem Loura conseguiu conquistar mercados
antes inimagináveis para o
grupo Schincariol, segunda
maior cervejaria do país.
Com marcas que na região
Sudeste se destacam pelo
preço (Nova Schin e Cintra),
o grupo nunca havia conseguido penetrar em restaurantes chiques como Rubaiyat
ou bares famosos da Vila Madalena ou da zona sul carioca, muito menos ocupar espaços nobres nas gôndolas
dos supermercados.
"Estamos quebrando barreiras", afirma o presidente
Adriano Schincariol. "Conseguimos obter reconhecimento e nos posicionar com preço comparável ao de marcas
centenárias."
Desde que Paris Hilton
apareceu na janela indiscreta de um apartamento segurando uma lata de Devassa,
polêmica campanha que foi
ao ar no Carnaval, a marca
conseguiu se colocar em 15
mil bares e restaurantes no
eixo Rio-São Paulo -20% do
total do mercado.
Bares e restaurantes respondem por 65% das vendas
totais no Sudeste. Nos supermercados, responsáveis por
35% das vendas, a marca obteve penetração de 95%.
PRODUTO REGIONAL
Com lançamento restrito a
Rio e SP, a Devassa já vende
mais que Nova Schin e Cintra
na região. O Sudeste consome 50% da cerveja produzida no país.
O empresário não descarta
levar o produto para Minas
Gerais. Mas não há planos de
nacionalizá-la. "Cerveja é um
produto regional."
A marca já está entre os 15
produtos (de um total de 170)
que mais geram lucro para a
companhia, que detém 12%
do mercado. A Ambev tem
quase 70%.
Para conquistar os 80% de
bares e restaurantes que ainda não vendem Devassa no
Rio e em São Paulo, a marca
se prepara para mais uma
campanha devastadora.
Schincariol não revela,
mas a Folha apurou que vem
mais Paris Hilton. A intenção
é gerar tanto impacto como
na primeira campanha, que
bombou na internet, sobretudo após ter sua veiculação
proibida pelo Conar.
Ainda que nacionalmente
a Devassa tenha conquistado
só 0,1% de participação, sua
chegada tem incomodado.
A marca disputa diretamente com a líder Skol, que
tem 33% do mercado nacional. Ambas estão na faixa de
R$ 1,39 a lata de 350 ml. "Há
mais de dois anos não se via
promoção de Skol a R$ 0,99",
diz Johnny Wei, vice-presidente comercial da Schin.
Procurada, a AmBev disse
que não fixa preço e que
eventuais promoções são decisão do ponto de venda.
"Não dá para achar que
vamos superar a Skol. Estamos competindo com a
maior e mais agressiva cervejaria do mundo", diz Adriano. "Mas, até o fim do ano, a
Devassa vai se tornar a principal marca da empresa."
A bem loura Paris Hilton
também puxou as vendas
das cervejas especiais da Devassa, microcervejaria carioca adquirida em 2007 por R$
30 milhões. Em três meses, as
vendas cresceram 50%.
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