|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Cooperativas podem atingir os "excluídos" pelos juros altos
LUIS MIGUEL SANTACREU
ESPECIAL PARA A FOLHA
Qual seria a conveniência
do cooperativismo dentro do
sistema bancário brasileiro?
Estamos vendo uma expectativa forte de crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto),
a renda está melhorando e o
emprego está crescendo.
No entanto, a despeito do
crescimento do crédito, os juros ainda são elevados. As taxas não facilitam o crescimento econômico com melhor distribuição de renda.
Há pessoas que não têm
uma renda declarada, que
têm um pequeno negócio ou
mesmo pequenas empresas
com muita vontade e iniciativa que não têm sucesso, seja
por falta de qualidade de gestão, porque os juros são altos
ou porque o volume de recursos disponíveis é escasso.
Os bancos, usando da sua
prudência e critérios internos
de análise e aprovação, hesitam em dar crédito a algumas
pessoas e empresas.
A cooperativa de crédito
tem mais chance de sucesso
com pessoas imbuídas dos
mesmos princípios, oferecendo taxas em níveis compatíveis com sua atividade.
Se a cooperativa for organizada, ela insere um conjunto de pessoas com boas
ideias na economia.
Programas como o Bolsa
Família são positivos para tirar famílias da pobreza extrema. Depois, porém, há um
segundo passo, em que a
cooperativa, aliada a programas de formação e de gestão,
pode ajudar, para que a pessoa passe a produzir.
O Banco Central fiscaliza
as cooperativas para evitar
que algum diretor de má-fé
desvie dinheiro ou que, por
incompetência dos gestores,
a entidade fique insolvente.
Não se pode nem matar o
produto nem abrir a porteira
e deixar a boiada passar. Se
houver uma flexibilização das regras de Basileia para
cooperativas, é bem-vinda.
No entanto, cooperados e
BC têm que fiscalizar para
que a cooperativa não fique
muito alavancada, caso em
que um problema pontual,
como quebra de safra agrícola, pode fazê-la afundar.
LUIS MIGUEL SANTACREU é analista da
Austin Rating.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Finanças Pessoais - Marcia Dessen: Seu dinheiro vale mais do que você imagina; pense nos juros Índice
|