São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2010

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ANÁLISE

Cooperativas podem atingir os "excluídos" pelos juros altos

LUIS MIGUEL SANTACREU
ESPECIAL PARA A FOLHA

Qual seria a conveniência do cooperativismo dentro do sistema bancário brasileiro? Estamos vendo uma expectativa forte de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a renda está melhorando e o emprego está crescendo.
No entanto, a despeito do crescimento do crédito, os juros ainda são elevados. As taxas não facilitam o crescimento econômico com melhor distribuição de renda.
Há pessoas que não têm uma renda declarada, que têm um pequeno negócio ou mesmo pequenas empresas com muita vontade e iniciativa que não têm sucesso, seja por falta de qualidade de gestão, porque os juros são altos ou porque o volume de recursos disponíveis é escasso.
Os bancos, usando da sua prudência e critérios internos de análise e aprovação, hesitam em dar crédito a algumas pessoas e empresas.
A cooperativa de crédito tem mais chance de sucesso com pessoas imbuídas dos mesmos princípios, oferecendo taxas em níveis compatíveis com sua atividade.
Se a cooperativa for organizada, ela insere um conjunto de pessoas com boas ideias na economia.
Programas como o Bolsa Família são positivos para tirar famílias da pobreza extrema. Depois, porém, há um segundo passo, em que a cooperativa, aliada a programas de formação e de gestão, pode ajudar, para que a pessoa passe a produzir.
O Banco Central fiscaliza as cooperativas para evitar que algum diretor de má-fé desvie dinheiro ou que, por incompetência dos gestores, a entidade fique insolvente.
Não se pode nem matar o produto nem abrir a porteira e deixar a boiada passar. Se houver uma flexibilização das regras de Basileia para cooperativas, é bem-vinda.
No entanto, cooperados e BC têm que fiscalizar para que a cooperativa não fique muito alavancada, caso em que um problema pontual, como quebra de safra agrícola, pode fazê-la afundar.

LUIS MIGUEL SANTACREU é analista da Austin Rating.


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