São Paulo, segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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ANÁLISE OTIMISTA

Momento para comprar ações no Brasil é espetacular

ADRIANO MORENO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Estamos vivendo um período de baixíssima previsibilidade do cenário macroeconômico internacional.
Os problemas de solvência dos países periféricos na Europa, com risco de contaminação do "default" da Grécia para outros países, combinam-se aos problemas de liquidez do sistema bancário europeu e a ausência de estadistas comprometidos com um projeto maior.
Além desses fatores, o desaquecimento da economia norte-americana também está em curso. O quadro é sério, e as medidas em discussão combatem mais os efeitos do que as reais causas dos problemas.
Apesar disso, porém, para quem pensa em investir com um horizonte de pelo menos 18 meses, temos argumentos razoáveis para entender que estamos diante de uma oportunidade secular de compra de ações no Brasil.
O megainvestidor Warren Buffett, o "oráculo de Omaha", escreveu o artigo intitulado "Buy American. I am" em outubro de 2008, no auge da crise financeira, um mês após a quebra do Lehman Brothers.
"Eu tenho comprado ações americanas. (...) Uma regra simples dita minhas compras: fique com medo quando os outros forem gananciosos; seja ganancioso quando os outros estiverem com medo", escreveu Buffett.
O que aconteceu um ano depois com as ações? Alguns papéis brasileiros subiram mais de 80% em 2009.
E o que diz o maior investidor de todos os tempos do momento atual?
"Essa é uma das melhores oportunidades para entrar no mercado. Quanto mais para baixo as coisas vão, mais eu compro. Nós estamos no negócio de ir às compras", afirmou ele, à revista "Fortune", em agosto.
O que podemos dizer sobre o mercado de ações brasileiro? A percepção é que o momento é espetacular.
Muitas e muitas empresas brasileiras, geridas por empresários capacitados, estão sendo negociadas a preços insensatos.
É possível ser sócio de companhias que estão negociando abaixo do valor patrimonial, ou seja, ser sócio-investidor de empresas colocando menos dinheiro do que os sócios-empreendedores.
E o mais impressionante é que se está falando em investir em empresas inseridas em um país dentro de uma dinâmica de crescimento.
A base de nossa pirâmide etária começa agora a achatar (teremos um forte bônus demográfico nos próximos anos), nosso nível de desemprego está caindo de maneira estrutural, nossa economia cresce acima de 4% ao ano e não temos problemas de solvência pública.
Para onde o dinheiro deverá fluir no pós-crise?
No mercado financeiro, não são raras as histórias de pescador que ouvimos aos quatro cantos. Os maiores pescadores que conheci são aqueles que buscam o "timing" perfeito para modelar portfólios.
Quando as coisas vão acontecer é algo muito difícil de prever.
Comprar o que está barato e ter a noção de quanto esses ativos devem apreciar são eventos com alta probabilidade de acerto.

ADRIANO MORENO é estrategista da FuturaInvest e consultor de investimentos credenciado na CVM.



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