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Síria ignora ultimato e pressão aumenta

Liga Árabe discute hoje possível aplicação de sanções econômicas ao regime Assad; Líbano disse que não apoiará

Turquia se diz pronta para agir, junto com o bloco árabe; governo admite ataque contra instalação militar

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O regime de Bashar Assad ignorou ontem mais um ultimato dado pela Liga Árabe para cessar a violência e autorizar a entrada de uma missão de observadores do bloco ao país.

Hoje, ministros de Finanças da Liga discutirão, em reunião no Cairo, a possível aplicação de sanções econômicas contra a Síria, suspensa do grupo no início deste mês.

A opção da Síria pelo silêncio diante da proposta árabe abre caminho para uma pressão internacional ainda maior sobre o regime.

Ontem, a Turquia -que não é árabe, mas é uma importante potência regional- disse não ser mais possível tolerar o derramamento de sangue na Síria e garantiu estar pronta a "tomar medidas" para frear a violenta repressão. "É vital pôr um fim no sofrimento do povo sírio", disse o chanceler turco, Ahmet Davutoglu.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, insistiu que Assad aceite a missão de observadores da Liga Árabe e "coopere plenamente" com o que pede o bloco.

Ontem, pelo menos seis civis foram mortos por forças do regime, segundo ativistas. A ditadura, no entanto, disse que dez militares foram mortos num "ataque terrorista" contra uma base aérea entre Homs e Palmyra.

É a primeira vez que o governo sírio admite que suas instalações militares foram atingidas por oposicionistas. No início do mês, uma outra base militar próxima a Damasco foi alvo de dissidentes.

TÁTICA

No dia que expirou o terceiro ultimato da Liga Árabe à Síria em duas semanas, o chanceler sírio, Walid al Mualem, tentou ganhar tempo enviando uma carta ao secretário-geral do bloco pedindo "mais explicações" sobre a missão de observadores. A permissão para a entrada dos observadores foi pedida há dez dias.

As sanções a Assad, no entanto, não são unanimidade na Liga. O Líbano, único país a antecipar sua posição sobre um possível embargo econômico, disse que não apoiará medidas restritivas à Síria.

O bloco, composto por 22 países -incluindo a Síria-, está bastante dividido sobre as ações em relação a Assad.

Enquanto países como Arábia Saudita, Bahrein e Jordânia defendem um endurecimento, Líbano, Tunísia, Iêmen e Iraque resistem.

Entre as possíveis sanções dos árabes, estariam a suspensão de voos comerciais para o país, acordos com o banco central, transações bancárias, exportações e importações. Ficariam de fora os produtos de primeira necessidade, para que a população não seja tão afetada.

O Comitê contra a Tortura da ONU denunciou ontem as violações aos direitos humanos pelo regime de Assad, em especial, tortura e mutilações de crianças detidas.

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