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Liga Árabe aprova sanções contra a Síria

Iraque e Líbano não apoiaram as medidas, que incluem suspensão de transações comerciais do bloco com o país

Embargo será aplicado imediatamente; árabes pediram ainda que Conselho de Segurança adote medida parecida

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em uma decisão histórica, a Liga Árabe aprovou ontem sanções econômicas contra a Síria, que incluem suspensão de todas as transações financeiras e comerciais com o governo de Bashar Assad e congelamento dos bens do regime e de autoridades.

O texto aprovado pede, inclusive, que o Conselho de Segurança das Nações Unidas adote postura semelhante. As medidas restritivas passam a valer "imediatamente".

É a primeira vez que o bloco árabe, criado em 1945, aprova sanções contra um de seus países. Dos 22 membros -número que ainda inclui a Síria, suspensa do bloco no início do mês-, 19 votaram a favor das sanções, inclusive Tunísia e Iêmen, países até então reticentes a um endurecimento contra Damasco.

No entanto, Iraque e Líbano, os vizinhos que, com a Jordânia, somam o maior fluxo de comércio da Síria com o mundo árabe, deram sinais de que podem não cumprir as sanções do bloco. O Iraque se absteve, e o Líbano "dissociou-se" da votação.

O comércio com o mundo árabe representa 50% das transações externas da Síria, que já enfrenta sanções da União Europeia e dos EUA.

A decisão foi tomada após Damasco ignorar dois ultimatos para que aceitasse o envio de uma missão de observadores ao país e parasse com a violenta repressão, que já matou ao menos 3.500 civis.

Entre as outras medidas que serão aplicadas está prevista a suspensão das transações dos países árabes com o banco central e com o estatal Banco Comercial da Síria, e de voos de companhias árabes para o país. Também foi estipulado que os governos árabes vão cessar o financiamento de projetos na Síria.

Ainda é preciso definir que indivíduos ligados ao governo serão alvos de sanções, como congelamento de bens e proibição de viajar para os países árabes. Isso só será anunciado no próximo sábado.

"A posição árabe é que devemos acabar com essa situação urgentemente. Faz quase um ano que o povo sírio é assassinado", disse o chanceler do Qatar, Hamad bin Jassem.

Ontem, 32 pessoas foram mortas -a maioria em Homs- pelas forças de segurança sírias, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

Segundo a agência estatal Sana, uma "grande multidão" saiu às ruas ontem em Damasco para protestar contra a Liga Árabe. Horas antes, Assad declarou que seguirá lutando contra "os terroristas".

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