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Londres retalia Irã e expulsa diplomatas

Governo britânico fecha embaixada do país em resposta a ataque de anteontem contra sua representação em Teerã

Chanceler do Reino Unido diz que, por enquanto, não haverá rompimento de relação diplomática com Irã

Stefan Wermuth/Reuters
Policiais britânicos na frente da embaixada do Irã em Londres, cujo fechamento foi determinado ontem pelo governo
Policiais britânicos na frente da embaixada do Irã em Londres, cujo fechamento foi determinado ontem pelo governo

DE LONDRES

O Reino Unido ordenou ontem o fechamento da embaixada do Irã em Londres e deu prazo de 48 horas para que todos os diplomatas iranianos deixem o país.

Foi uma resposta ao ataque promovido por jovens a casas de diplomatas e à embaixada britânica em Teerã, que foi saqueada e parcialmente destruída anteontem.

Esta é a mais séria crise diplomática entre os dois países desde que reataram as relações, em 1999.

Na semana passada, o Reino Unido e outros países ocidentais adotaram sanções econômicas contra o Irã após relatório de uma agência da ONU apontar evidências de que Teerã busca desenvolver armas nucleares.

As sanções -que no caso do Reino Unido incluem a proibição de transações entre instituições financeiras do país e o Irã- foram usadas como motivo para o ataque à embaixada britânica.

William Hague, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, falou em conivência do regime iraniano com o ataque.

Disse que seria "irreal" pensar que a ação na embaixada tenha sido conduzida sem "algum grau de consentimento" das autoridades.

Em discurso no Parlamento, Hague justificou a medida de expulsar os diplomatas iranianos. "Se um país faz com que seja impossível para nós operar em seu território, não pode esperar manter uma embaixada aqui."

Antes das palavras de Hague, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã disse ser "inaceitável o comportamento de alguns manifestantes em frente à embaixada britânica em Teerã", e que serão tomadas as "medidas necessárias".

Já o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, afirmou que o ataque refletiu a opinião da população de seu país com relação ao Reino Unido.

REAÇÃO EUROPEIA

Alguns especialistas afirmam que a violência reflete uma divisão entre as lideranças do país sobre como agir contra as pressões do Ocidente e uma disputa de poder com vistas às eleições previstas para 2013.

A decisão de expulsar os iranianos foi divulgada pelo governo britânico após seus diplomatas deixaram Teerã.

Segundo Hague, isso não significa o rompimento de relações entre os dois países, mas elas serão mantidas no menor nível possível.

Outros governos se solidarizaram. Alemanha, França, Itália, Espanha e Suécia convocaram os embaixadores em Teerã para discutir o tema.

A Suécia disse que o ataque foi deplorável. Para a França, foi uma "inaceitável" violação da Convenção de Viena, tratado adotado pela ONU em 1961 que regula os serviços diplomáticos.

A Dinamarca alegou razões de segurança e chegou a fechar sua representação diplomática na capital iraniana durante o dia.

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