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Cães militares dos Estados Unidos sofrem com estresse pós-traumático

Bryce Harper - 27.out.11/The New York Times
Soldado com cão que trabalha para as Forças Armadas dos EUA em base em San Antonio
Soldado com cão que trabalha para as Forças Armadas dos EUA em base em San Antonio

JAMES DAO
DO “NEW YORK TIMES”

Especialistas em comportamento que trabalham em San Antonio (EUA) receberam um telefonema de um médico no Afeganistão. O paciente que ele estava atendendo havia passado por um combate a tiros e ficava encolhido sob uma cama.

Distúrbio por estresse pós-traumático, considerou Walter Burghardt Jr., chefe de medicina comportamental no Hospital Veterinário Daniel Holland, que funciona na base Lackland da Força Aérea norte-americana. Estresse pós-traumático canino.

Os soldados quadrúpedes usados para farejar minas, rastrear combatentes inimigos e vasculhar edifícios estão enfrentando problemas semelhantes aos dos companheiros humanos com o desgaste mental dos combates.

Algumas estimativas apontam que 5% dos cerca de 650 cães militares usados em combate pelas forças armadas norte-americanas estão desenvolvendo estresse pós-traumático canino.

MUDANÇA DE HUMOR

Ainda que os veterinários tenham há muito diagnosticado problemas comportamentais em animais, o conceito de estresse pós-traumático canino surgiu apenas 18 meses atrás.

Mas ganhou popularidade entre os veterinários militares, que vinham percebendo padrões de comportamento problemático entre cães expostos a explosões, tiros e outras formas de violência.

Alguns cães com distúrbios sofrem mudanças acentuadas de temperamento, exibindo agressividade incomum com seus tratadores ou se tornando apegados demais a eles e tímidos.

Os cachorros são considerados as mais efetivas ferramentas para detectar os aparatos explosivos improvisados frequentemente utilizados no Afeganistão.

As forças de operações especiais treinam cães que acompanham suas unidades de elite em missões secretas -como o ataque que resultou na morte de Osama bin Laden, em maio.

Os cães que não se recuperem com rapidez são devolvidos às suas bases para tratamento em prazo mais longo. Mas caso continuem a exibir sintomas ao final de três meses, são em geral aposentados ou transferidos a outras.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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