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O pai

Cinéfilo e glutão, era a caricatura do ditador louco

DO “FINANCIAL TIMES”

Kim Jong-il era muitas vezes retratado no Ocidente como a caricatura de um ditador louco: um playboy glutão que compensava a baixa estatura com um topete gigantesco e sapatos de salto, um viciado em cinema com 20 mil DVDs e o melhor cliente da Hennessy Cognac (produtora francesa de conhaque).

Promoveu um culto absoluto à sua personalidade, sob o qual ele e o pai, Kim Il-sung, o fundador do Estado norte-coreano, eram tratados como deuses, usando um nível inimaginável de medo para manter o controle sobre a população.

Em um dos piores desastres humanitários do século 20, Kim permitiu que até 3 milhões de pessoas -mais de 10% da população- morressem na metade dos anos 90, como resultado de uma fome causada por décadas de má administração.

De acordo com a propaganda do Estado, Kim nasceu no monte Paedku, o lar espiritual do povo coreano, sob uma estrela brilhante.

Na verdade, acredita-se que tenha nascido por volta de 1941 ou em 1942, num acampamento do Exército soviético no extremo leste da Rússia, onde seu pai vivia no exílio.

Ele passou partes de sua infância na China, depois que seu pai invadiu a Coreia do Sul, aliada dos EUA, deflagrando a Guerra da Coreia, em 1950.

Ascendeu rapidamente, assumindo a responsabilidade por organização e propaganda comunista em 1973, antes que seu pai o designasse oficialmente como herdeiro, em 1980.

Kim se casou quatro vezes -a primeira com uma mulher escolhida por seu pai, com quem ele teve uma filha. Com a segunda, teve Kim Jong-nam, 37, que era considerado herdeiro até ser apanhado tentando entrar no Japão com um falso passaporte.

Teve mais dois filhos com uma dançarina que era considerada a favorita entre suas mulheres, mas morreu em 2006. No mesmo ano, Kim se casou com a secretária, mais de 20 anos mais nova.

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