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Espanha cortará até feriados para combater a crise

Novo premiê, Mariano Rajoy, que assumirá amanhã, anunciou pacote de redução de despesas de € 16,5 bi

Conservador propõe congelamento das contratações do setor público e flexibilização das leis trabalhistas

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O futuro premiê espanhol Mariano Rajoy anunciou no Parlamento a intenção de cortar € 16,5 bilhões (quase R$ 40 bi) do Orçamento para 2012, bem acima da redução de € 10 bilhões proposta pelo atual governo para 2011.

A proposta segue um receituário já conhecido no Velho Continente: congelamento de contratações no setor público e flexibilização de leis trabalhistas.

A Espanha enfrenta hoje o maior índice de desemprego da Europa -22,5%- e prevê crescimento perto de zero para 2012. O deficit atual é equivalente a 9,24% de seu PIB.

Para aumentar a atividade econômica, o novo governo pretende também cortar as chamadas "pontes festivas", os dias emendados de feriados no meio das semanas, antecipando as comemorações para as segundas-feiras.

Outra medida impopular deve ser a supressão das regras que permitiam a antecipação das aposentadorias, além da manutenção de lei que fixou a idade em 67 anos (ante 65 na lei anterior).

"Nós enfrentamos uma tarefa ingrata, como a daqueles pais que lutam para dar de comer a quatro com o dinheiro para dois", afirmou.

O novo premiê também adiantou que, entre suas primeiras iniciativas, estará a aprovação de uma lei orçamentária para restringir os deficits nas contas públicas a 0,40% do PIB a partir de 2020, além de propostas para sanear o setor financeiro.

Às voltas com sua maior taxa de inadimplência desde 1994, conforme informou ontem o banco central espanhol, o setor bancário foi alvejado pela explosão de uma bolha imobiliária a partir de 2008 -não por acaso, o setor em que atrasos e créditos de devolução duvidosa são maiores.

Conforme adiantou, o governo vai estimular fusões entre as instituições financeiras e instar os bancos a que passem adiante as propriedades com hipotecas já executadas.

"Ele não explicou que tipo de políticas vai tomar para reduzir a pressão sobre a dívida, algo essencial para o país, nem quais suas políticas para o crescimento, de estímulo à atividade econômica e à criação de emprego", reclamou o líder dos socialistas, José Antonio Alonso.

Rajoy prometeu fornecer um detalhamento das propostas nos próximos dias, após a posse e o anúncio do novo gabinete de ministros.

O conservador PP, de Rajoy, conta com maioria nas duas casas do Parlamento.

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