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Oligarquia não voltará ao poder na Venezuela, diz Nicolás Maduro
Presidente fez discurso para lembrar golpe contra Chávez em 2002
Em discurso ontem, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a oligarquia não voltará ao poder no país, em referência ao rápido golpe em 2002 contra o presidente Hugo Chávez (1954-2013).
Na época, uma grande manifestação culminou com a deposição de Chávez, que rapidamente voltou ao poder.
Ainda ontem, o chefe do Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, Vladimir Padrino, informou que a Procuradoria-Geral investiga 97 membros das Forças Armadas e da Polícia Nacional por supostos abusos na repressão às manifestações que acontecem no país.
Desde o dia 4 de fevereiro, protestos já deixaram 41 mortos, 674 feridos e 175 presos.
Padrino, porém, minimizou o número que, segundo ele, representa menos de 1% dos 92 mil funcionários "agindo sob pressão e violência" dos protestos --descritos por ele como "golpe de Estado contínuo".
No sábado, o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa anunciou a ocorrência de 181 agressões, roubos e prisões de jornalistas, em sua maioria cometidos por funcionários do governo.
Amanhã, Maduro se reúne novamente com a oposição.
INFLAÇÃO
A coligação de oposição MUD (Mesa da Unidade Democrática) exigiu ontem que o governo da Venezuela publique os índices de inflação e informações sobre a escassez de mercadorias no país, acusando o presidente Nicolás Maduro de esconder esses índices deliberadamente.
"Transcorridos 13 dias do mês de abril, é inaceitável que as autoridades do BCV (Banco Central da Venezuela) não tenham liberado os índices de inflação e escassez, variáveis para avaliar o desempenho da economia", disse a MUD em comunicado.
De acordo com a coligação, o BCV violou suas próprias regras, que exigem a publicação desses dados durante os dez primeiros dias do mês.
A inflação mensal de fevereiro, que chegou ao índice de 2,4%, elevou a taxa de inflação anual para 57,3%, segundo dados do BCV divulgados no dia 14. Trata-se do maior índice da América Latina.