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Republicanos travam redução de impostos

Câmara, onde a oposição tem maioria, rejeita prorrogação por dois meses de alívio fiscal para a classe média

Dissenso deu início a uma troca de acusações entre Barack Obama e o presidente da Câmara, o republicano Boehner

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

A Câmara americana rejeitou ontem medida para prorrogar cortes de impostos em folha de pagamento que beneficiam a classe média, complicando a agenda do presidente Barack Obama e pondo em risco o estímulo à economia, que expira dia 31.

Com o Senado em recesso desde sábado e calado após a decisão da Câmara, o futuro da medida que alivia a carga anual de impostos de cerca de 160 milhões de pessoas em US$ 1.000 é incerto.

Uma reversão dos cortes -que acontecerá caso não haja consenso até dia 31- pode solapar a incipiente melhora na confiança sobre a economia e frear a lenta recuperação vista nos últimos meses.

O fracasso das negociações nos minutos finais do calendário legislativo também dá a dimensão da crise política às vésperas do ano eleitoral.

O Senado aprovou no sábado uma extensão de dois meses para os cortes.

Mas o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, surpreendeu no domingo ao ameaçar barrar a medida e propor prorrogar os cortes até o fim de 2012 -pedido inicial de Obama.

Após passar a segunda em debates infrutíferos, ontem Boehner e os republicanos da casa cumpriram a promessa, culpando o Senado. O dissenso deu início a uma troca de acusações entre o republicano e o presidente.

"Você disse várias vezes que o Congresso deveria fazer seu trabalho antes de sair de férias. Porque concordamos, nossos negociadores e a Câmara estão prontos para trabalhar durante o feriado", disse Boehner. "Eu lhe peço que reconvoque o Senado."

Irritado, Obama convocou a imprensa e exortou a oposição a rever seu voto. "Isso não é um jogo", disse. "Nosso fracasso agora pode afetar não só as famílias, mas a economia como um todo."

Na noite de ontem, porém, nenhum dos lados dava sinais de que cederia.

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