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Após morte de ditador, sucessão na Coreia do Norte tem aval chinês

Maior aliado norte-coreano, China diz que eventual visita de novo líder é bem-vinda

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Mais importante aliado da Coreia do Norte, cujo regime comunista é um dos mais isolados do planeta, a China manifestou ontem seu apoio a uma transição pacífica no país depois da morte do ditador Kim Jong-il, aos 69, de infarto, no último fim de semana.

Em um gesto raro, o presidente chinês, Hu Jintao, visitou a embaixada norte-coreana em Pequim para expressar condolências pela morte.

O governo chinês não divulgou detalhes da visita de Hu, vista como sinal de reforço dos laços entre os regimes -a Coreia do Norte está sob sanções internacionais devido aos testes nucleares que vem fazendo desde 2006.

Ainda ontem, Liu Weimin, porta-voz do ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, afirmou que o país está aberto à visita do novo líder Kim Jong-un, terceiro filho de Jong-il e escolhido pelo pai como o seu sucessor.

O ministro Yang também conversou com seu colega sul-coreano, Kim Sung-hwan, e com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. De acordo com nota da Chancelaria chinesa, os três concordaram com a necessidade de manter a paz e a estabilidade na península coreana.

Anteontem, Hillary já havia defendido uma transição "estável e pacífica" na Coreia do Norte. O presidente americano, Barack Obama, fez teleconferência com o premiê japonês, Yoshihiko Noda, sobre a situação na região.

'FAROL DE ESPERANÇA'

Em Pyongyang, a capital norte-coreana, o corpo de Jong-il foi colocado num caixão de vidro rodeado por flores vermelhas e levado ao Palácio Kumsusan, onde o cadáver embalsamado de seu pai, Kim Il-sung, ditador por 46 anos, está em exposição desde sua morte, em 1994.

Ladeado por soldados da guarda de honra do Exército norte-coreano, o sucessor escolhido, Jong-un, foi um dos primeiros a visitar o corpo do pai, em mais uma indicação de que a intenção do regime é fazer uma "transição hereditária" sem sobressaltos.

Ao mesmo tempo, a mídia do país, estatal, já começou a alimentar o culto à personalidade do jovem e desconhecido líder, chamado ontem de "farol de esperança".

Em uma das ruas da capital, pessoas depositavam guirlandas e flores diante de um retrato de Jong-il. Grupos eram autorizados, alternadamente, a chorar diante do retrato por alguns minutos.

O país decretou luto oficial de 11 dias pela morte do ditador, fechou temporariamente a fronteira com a China e convocou de volta servidores que vivem em território chinês, para que se preparem para os funerais. A cerimônia pública será no dia 28.

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