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Ativistas sírios denunciam novo massacre

Ataque a vila no norte do país teria sido o mais sangrento desde o início da repressão, com ao menos 110 mortos

Liga Árabe, França e EUA demonstram preocupação com relato de mortes; missão do bloco chega hoje ao país

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Às vésperas de receber uma missão de observadores da Liga Árabe no país, o regime do ditador Bashar Assad promoveu um massacre no norte do país, que teria deixado mais de 110 mortos anteontem, segundo ativistas.

Entre as vítimas do que pode ser o maior derramamento de sangue dos nove meses de repressão, estariam civis, opositores e desertores.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo ativista com base em Londres, disse que as tropas de Assad avançaram sobre a vila de Kfar Owaid, na província de Idlib, próxima à fronteira com a Turquia, fazendo com que a população fugisse para um vale próximo, onde ocorreu um "massacre organizado", com o uso de foguetes, tanques, bombas e armas de fogo.

"As tropas cercaram as pessoas, e então as mataram", disse Rami Abdul-Rahman, chefe do observatório. A região montanhosa de Jabal al Zawiyah, onde fica a vila, estaria sob ataque das forças de segurança desde o último sábado.

Em nota, o Conselho Nacional Sírio, também formado por ativistas, disse que as ações do regime nos últimos dois dias podem ter causado a morte de até 250 civis, incluindo mulheres e crianças.

Não é possível confirmar o número de mortos, já que o regime não tem autorizado a entrada de jornalistas no país.

"Enviamos uma carta aos 15 países-membros do Conselho de Segurança pedindo uma sessão de emergência para discutir os assassinatos brutais e sistemáticos", diz o texto do grupo ativista.

ESCALADA DE VIOLÊNCIA

O governo americano se disse "profundamente perturbado" pela notícia dos ataques, enquanto a França afirmou que o país vive uma "espiral assassina" e reforçou seu pedido por uma resolução do Conselho de Segurança. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, os "atos repulsivos e deploráveis" de Assad mostram que ele "não merece governar a Síria".

No Cairo, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, expressou "profunda preocupação" com a escalada de violência, apesar do acordo para cessar a repressão. Hoje chega a Damasco a missão do bloco com 30 especialistas para avaliar a situação no país.

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