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Câmara dos EUA faz acordo para estender corte de impostos

Republicanos recuam após pressão da Casa Branca, e benefício, que expiraria no fim do ano, será renovado

Governo anuncia a revisão dos dados de crescimento do PIB no terceiro trimestre do ano, de 2% para 1,8%

Mandel Ngan/France Presse
Na Casa Branca, Barack Obama faz apelo por extensão de cortes para a classe média
Na Casa Branca, Barack Obama faz apelo por extensão de cortes para a classe média

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Sob pressão do presidente Barack Obama e de novos dados sobre o PIB, a Câmara dos Representantes (deputados) dos EUA se comprometeu ontem a prorrogar por dois meses benefícios fiscais à classe média e o seguro-desemprego de longo prazo.

O acordo, anunciado no início da noite de ontem, encerra uma semana de impasse político e intensa campanha da Casa Branca.

As medidas, que renovam a extensão do seguro para quem está sem trabalho há mais de um ano e um corte de impostos de cerca de US$ 1.000 para estimados 160 milhões de pessoas, devem ser aprovadas hoje na casa.

Sem elas, os benefícios expirariam no próximo dia 31 de dezembro.

O Senado votara o texto no sábado, propondo apenas dois meses de extensão por falta de acordo melhor.

Mas a Câmara rejeitou a medida na última segunda, defendendo a extensão por um ano.

Na prática, porém, o voto acabava com os benefícios, pois os senadores já deixaram Washington para o recesso de fim de ano e não seria possível uma renegociação entre as casas.

"É hora de lançar políticas concretas, do jeito certo", declarou o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, ao fazer o anúncio -um recuo e um revés para a bancada de oposição.

PIB

A decisão resulta do acuamento político dos deputados republicanos.

As duas medidas são amplamente vistas como uma injeção de estímulo no mercado consumidor americano, e a necessidade de renová-las ficou especialmente clara ontem após o governo rever para baixo do PIB dos EUA no terceiro trimestre.

Em vez de crescer 2% no período, como havia sido divulgado, o país avançou 1,8% -sinal de que, apesar da crescente leva de dados positivos, a incipiente recuperação pode ser mais frágil do que parece.

O motivo foi justamente os gastos dos consumidores, menores do que o inicialmente calculado e cujo avanço, lento mais constante, vem empurrando parte dos demais índices para cima.

Em vez dos 2,3% antes projetados, eles subiram 1,7% entre julho e setembro na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A redução coincide ainda com numerosos alertas de economistas que pedem moderação no otimismo ante os números recentes do emprego e do consumo. Para eles, a melhora pode ser creditada à época do ano.

O Departamento do Trabalho anunciou queda nos novos pedidos de seguro desemprego para 380 mil na quadrissemana, menor nível em 44 meses e em linha com o recuo do desemprego para 8,6% em novembro, após sete meses acima de 9%.

Já a Universidade de Michigan informou que seu índice de confiança do consumidor americano, uma referência nos mercados, subiu para 69,9 pontos no mês.

Embora tenha evoluído dos 55 pontos de agosto, seu pior momento, o indicador segue aquém dos 90 pontos das épocas de bonança.

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