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Analistas veem melhora do país com cautela

ANNIE LOWREY
DO “NEW YORK TIMES”

Com o ano chegando ao fim, indicadores econômicos inesperadamente positivos nos Estados Unidos sugerem que o país registrará no quarto trimestre um dos crescimentos mais rápidos e fortes desde que a recuperação econômica começou, em 2009.

Dados como a alta nas novas construções e a queda nos pedidos de seguro-desemprego geraram alta nas bolsas e animaram economistas e investidores.

Mas muitos analistas preferem um tom de cautela e acreditam que os recentes avanços não representam o início de uma recuperação forte e sustentável.

Boa parte da força que a economia vem exibindo atualmente é causada por fatores temporários, como a recomposição dos baixos estoques de produtos como petróleo, papel e automóveis, no setor de atacado.

"Mas quando os estoques estiverem reabastecidos, a produção se reduzirá", alerta Gregory Daco, da IHS Global Insight.

Os consumidores também reduziram seu nível de poupança, ajudando a bancar uma recente alta no consumo, tendência que os analistas duvidam que se perpetue. Há ainda uma elevação nos pedidos de empresas japonesas, que estão voltando a operar depois do tsunami de março.

Outro fator importante para o pessimismo em relação a 2012 é a perspectiva de que o Congresso cancele a assistência aos desempregados em longo prazo e permita que as contribuições trabalhistas subam dois pontos, a 6,2%, o que representaria US$ 1 mil a mais em descontos em folha de pagamento para o trabalhador médio.

O futuro da extensão dos benefícios, que expira dia 31, é incerto depois do veto desta semana na Câmara. A conhecida consultoria Macroeconomic Advisors estima que se as duas cláusulas expirarem, isso pode custar 400 mil empregos à economia e reduzir o crescimento em 0,5% no ano que vem.

A decisão do Congresso também terá impacto importante sobre a confiança dos consumidores e empresas, dizem economistas. Domicílios e empresas incertos sobre sua renda e impostos, e sem confiança nas ações do governo, podem retardar grandes aquisições e apertar os cintos.

E há a questão da Europa. Analistas dizem que os problemas do continente terão um grande impacto sobre o crescimento dos EUA no ano que vem.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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