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Análise

Missão pode expor ao mundo fragilidade da diplomacia árabe

EDMUND BLAIR
DA REUTERS, EM BEIRUTE

Os monitores que começaram a percorrer a Síria ontem são a peça básica de um plano de paz árabe que Damasco terá de seguir se deseja evitar criar o contexto para um envolvimento internacional mais amplo, disseram diplomatas árabes e analistas regionais.

Os países-membros da Liga Árabe, que conta com 22 integrantes, apoiaram ações que ajudem a pôr fim aos nove meses de conflito sangrento na Síria, a fim de impedir que o país caia em guerra civil, desestabilizando a região.

Os árabes também estão ansiosos por evitar uma repetição do que aconteceu na Líbia, onde ataques aéreos da Otan (Organização para o Tratado do Atlântico Norte) ajudaram a derrubar Muammar Gaddafi, demonstrando que são capazes de colocar a própria casa em ordem.

Mas o crescente número de mortes devido ao impasse na Síria quanto a receber ou não os monitores encorajou o ceticismo sobre a capacidade da Liga para garantir o fim da violência, o que poderá expor ao mundo a fragilidade da diplomacia árabe.

Nabil Elaraby, secretário geral da Liga Árabe, disse à Reuters na semana passada que, assim que chegassem aos seus postos, os monitores seriam capazes de determinar, em no máximo uma semana, se a Síria estava respeitando o plano que determina a retirada de soldados estacionados em áreas residenciais, libertação de prisioneiros e o início de negociações com a oposição.

Mas os críticos dizem que os monitores serão iludidos pelos anfitriões sírios, que poderiam limpar cidades antes da chegada da missão e enviar os soldados de volta às suas posições prévias assim que os monitores se retirarem.

"A Liga Árabe não tem nada mais a oferecer. Está enrolando não para defender o regime sírio, mas para adiar a interferência internacional, que inevitavelmente virá", disse Waheed Abdel Maguid, especialista do Centro Al-Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos, no Cairo.

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