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Irã diz que não vai aceitar ordem dos EUA sobre estreito

Teerã ameaça fechar um dos principais pontos de passagem do petróleo global, como resposta a possível boicote americano e europeu

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

As tensões entre os EUA e o Irã sobre o estreito de Hormuz (um dos principais pontos de passagem do petróleo mundial) cresceram ainda mais ontem, com os iranianos dizendo que não vão aceitar ordens norte-americanas.

"Os americanos não estão em posição de permitir ou não o Irã de fechar o estreito de Hormuz", afirmou Hossein Salami, vice-comandante da Guarda Revolucionária.

"A nossa resposta a ameaças são ameaças."

As autoridades iranianas disseram ainda que têm imagens de um porta-aviões americano que estaria perto do estreito, em área em que o Irã está realizando exercícios militares com seus navios.

O governo iraniano vem ameaçando nos últimos dias fechar o estreito no golfo Pérsico, depois que americanos e europeus passaram a considerar um boicote contra a compra de petróleo do país como forma de represália ao seu programa nuclear.

A ideia dos EUA é afetar as receitas iranianas e forçar o país a abandonar seu programa nuclear, de cujos alegados fins pacíficos Washington duvida. Anteontem, os EUA disseram que nenhuma perturbação do tráfego marítimo no estreito de Hormuz será tolerada". Fechar a passagem dos navios pelo estreito seria impedir o transporte de um terço do comércio mundial do combustível por via marítima. Ainda que alguns países da região, como os Emirados Árabes Unidos, tenham construído alternativas recentemente, como oleodutos, para minimizar as ameaças iranianas, fechar Hormuz teria efeito desastroso para a economia global.

Isso porque o preço do petróleo deve disparar, tirando ainda mais o poder de compra dos consumidores.

Analistas, porém, põem em dúvida as ameaças iranianas, já que o petróleo é sua principal fonte de receita e, ao fechar o estreito, afetaria o transporte do produto para a China, seu maior cliente.

Um dos países que seriam afetados pelo fechamento, a Arábia Saudita (que vê o Irã como ameaça para a estabilidade regional) acertou ontem a compra de 84 jatos de guerra dos EUA, avaliados em US$ 29,4 bilhões.

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