Índice geral Mundo
Mundo
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

EUA iniciam ano eleitoral com desânimo

Campanha monotemática, que começou com quase um ano de antecedência, deixa eleitor do país fatigado e insatisfeito

Sem um pré-candidato de peso no Partido Republicano, maior rival de Barack Obama deve ser a economia

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Se a eleição presidencial de 2008 nos EUA é lembrada pela esperança e pela empolgação de setores da sociedade pouco afeitos à política, a deste ano traz o desânimo e a fadiga de uma corrida iniciada um ano antes da hora.

Raras vezes os americanos se disseram tão insatisfeitos com seus políticos em geral, com o índice de aprovação do Congresso pairando pouco acima dos 12% e a confiança no sistema em queda.

E 46% dos eleitores ouvidos pelo Gallup entre os dias 15 e 18 de dezembro se disseram descontentes com todos os candidatos -quase o mesmo percentual que disse aceitar um dos nomes, 48%.

Além disso, levantamentos feitos com grupos demográficos, como os chamados "milenais" -aqueles que têm até 29 anos- e os latinos, mostram que estão muito mais alienados do que em 2008.

Em parte, as pesquisas eleitorais refletem o desânimo do cidadão com a crise econômica e os rumos do país, cuja posição no mundo piorou sob talvez todos os parâmetros, exceto o militar.

Levantamento do mesmo Gallup indica que a motivação para votar, em um país onde ir às urnas não é obrigatório, é bem mais baixa que em 2008, mas não tão baixa quanto em 2000 e 1992, quando houve mudanças do partido no governo.

Mas também tem seu custo a insatisfação do eleitor com o sistema político em si.

Em 2011, o governo dos Estados Unidos chegou à beira da paralisia ao menos três vezes diante de impasses no Congresso, e a inépcia dos políticos culminou no primeiro rebaixamento da nota do país feito por uma agência de avaliação de risco.

Outra pesquisa, esta do centro Pew, mostra que, para dois terços dos eleitores, ninguém no atual Congresso merece manter a cadeira.

Pesa ainda o circo criado em torno da pré-candidatura republicana, pulverizada demais e sem um candidato considerado completamente palatável pela maior parte do eleitorado.

Depois de 13 debates antes mesmo de a temporada de prévias começar, os únicos com chances em diversas pesquisas, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney e o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, pairam abaixo dos 30%.

As prévias republicanas começarão oficialmente só nesta terça, em Iowa; o calendário se estende até 12 de junho, quando Ohio vota.

ECONOMIA

O adversário de Barack Obama deve estar claro antes disso, mas a maioria dos analistas afirma que a reeleição do presidente dependerá tão somente da performance da economia -ou da sensação que ela transmite, se de melhora ou de piora.

O tema, é verdade, sempre norteia as eleições nos EUA. Neste ano de crise, política externa esquecida e debate sobre valores morais redundando, a economia esmagou o resto da agenda.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.