Prévias de Iowa deverão reduzir páreo republicano

Os EUA deram a largada oficial da corrida presidencial ontem mais atentos à lanterninha do que ao pódio. No início desta madrugada no Brasil, os primeiros números mostravam disputa embolada no caucus (assembleia de eleitores) de Iowa, primeiro no calendário republicano.

Com 47% das sessões concluídas à 1h de ontem, empatavam em 24% dos votos o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, favorito nacional, e Rick Santorum, ex-senador pela Pensilvânia. O deputado libertário Ron Paul, do Texas, tinha 22%.

Foi Paul, um obstetra convertido em político, que saiu vitorioso das três sessões acompanhadas pela Folha, levando metade dos votos.

A primeira prévia republicana, porém, vale mais para ressuscitar ou enterrar campanhas do que para indicar favoritos. Até por isso, o clima em Des Moines, capital do Estado famoso pelo conservadorismo e pela produção de milho, era morno. Não se via propaganda política, e as ruas estavam vazias apesar dos amenos 2ºC para janeiro.

Iowa tem o prestígio de abrir a campanha, mas responde por pouco mais de 1% dos votos que decidirão, em agosto, quem enfrentará Barack Obama em novembro.

Além disso, os 28 representantes que enviará à Convenção Republicana são divididos percentualmente seguindo os resultados do caucus, e a pulverização de ontem atenua o peso da vitória.

Por outro lado, uma derrota arrasadora pode ser fatal.

Com os riscos em vista, os últimos eventos dos pré-candidatos focaram mais em evitar o fiasco do que em garantir a vitória. O eleitorado, porém, respondeu sem furor.

O principal nome no grupo de risco é o da deputada Michele Bachmann, ex-queridinha do movimento Tea Party que apostou em Iowa todas as fichas, mas tinha parcos 6% nas pesquisas e nos resultados iniciais.

Também sai chamuscado o governador do Texas, Rick Perry, que de favorito em agosto passou a ter a candidatura questionada e, com o resultado de ontem, pode ter seu quarto lugar nas pesquisas nacionais roubado por Santorum, nome que disputa com ele a direita cristã.

A situação atual do governador ficou patente em evento na cantina da seguradora Nationwide, onde foi acolhido com frieza por cerca de 150 funcionários. Pouco mais de 30 chegaram no horário anunciado, e Bob Jindal, que governa a Louisiana e seria seu vice, foi mais aplaudido.

Iowa também expôs os obstáculos à candidatura do ex-presidente da Câmara Newt Gingrich, que ascendeu à liderança das pesquisas nacionais sem provar que é mais palatável que Romney, o mais constante entre os primeiros.

Antes do caucus, Gingrich admitiu a derrota. No início da contagem, tinha 13%.