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China quer reforçar seu mercado interno

Queda do superavit preocupa autoridades de Pequim, que precisam manter crescimento contra agitações sociais

Saldo comercial do gigante asiático caiu de US$ 183 bilhões em 2010 para US$ 160 bilhões no ano passado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Com a queda pelo terceiro ano consecutivo do superavit comercial e o cenário preocupante para a economia global, as autoridades chinesas anunciaram que vão tomar medidas para aumentar o consumo interno neste ano.

Segundo o ministro do Comércio chinês, Chen Deming, o saldo comercial do país ficou positivo em US$ 160 bilhões no ano passado, US$ 23 bilhões a menos que em 2010.

Em 2008, o superavit do país asiático bateu o recorde: US$ 295 bilhões.

A queda se deve ao crescimento mais acelerado no ritmo das importações que no das exportações, reflexo dos problemas sofridos pela Europa e pelos Estados Unidos, os dois principais destinos das vendas chinesas.

As importações cresceram 26,4% de janeiro a novembro de 2011 (os dados de dezembro serão divulgados na semana que vem), ante alta de 21,1% nas exportações.

Como o cenário, especialmente para a Europa, se mostra ainda mais negativo para este ano, as autoridades chinesas querem estimular o mercado local para continuar crescendo em ritmo forte.

Um dos sinais dessa piora é que as exportações chinesas cresceram 14% em novembro, o menor aumento em quase dois anos.

"Os ambientes doméstico e externo estão mais sérios e mais complexos neste ano", afirmou Chen, em comunicado. "O Ministério do Comércio vai enfrentar mais pressões e desafios neste ano."

No documento, o ministro deu poucos detalhes de quais ações serão adotadas, mas disse que Pequim está estudando medidas para promover a compra de produtos que economizem mais energia.

A promoção do turismo e das compras on-line também faz parte do foco do plano do governo chinês.

Em novembro de 2008, quando o crédito global secou após a quebra do Lehman Brothers, Pequim lançou um programa de estímulo fiscal de US$ 586 bilhões.

Agora, a ideia das autoridades é estimular o consumo interno para que ele se torne um novo motor da segunda maior economia global.

Esse processo, porém, deve levar um prazo longo para que produza efeitos mais fortes, segundo analistas.

YUAN

A perda de força das exportações também deve levar Pequim a controlar mais a valorização do yuan, a moeda local, apesar das pressões internacionais. A divisa subiu 4,5% no ano passado ante o dólar, mas ainda é considerada subvalorizada.

Uma moeda fraca torna as exportações mais competitivas ante as de seus rivais.

A China precisa manter um forte crescimento, de ao menos 8%, para garantir a criação de empregos e a melhora dos salários, o que é importante para evitar agitações sociais no país.

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