Conversas com credores gregos são suspensas

Negociações entre o governo da Grécia e seus credores privados sobre um acordo de reestruturação da dívida grega considerado crucial para que o país evite um calote foram suspensas ontem.

A meta é reduzir a dívida grega em € 100 bilhões (R$ 226 bi) por meio da troca de títulos nas mãos de investidores privados por papéis de menor valor. Proposta inicial previa a redução de 50% no valor de face desses títulos.

O acordo é parte central do segundo pacote de ajuda à Grécia, de € 130 bilhões (R$ 294 bi) -e uma precondição para que o país receba nova parcela do resgate. É também necessário para que Atenas reduza os custos para saldar € 14,5 bilhões (R$ 32,8 bi) em títulos que vencem em março.

Nota divulgada pelo comitê que representa os credores afirma que a proposta "não produziu uma resposta construtiva consolidada por todas as partes".

Segue o texto: "Diante das circunstâncias, as discussões (...) sofrerão uma pausa para reflexão". Por fim, diz: "Esperamos que a Grécia, com o apoio da zona do euro, esteja em posição de se reengajar construtivamente com o setor privado com vistas a finalizar um acordo que seja mutualmente aceitável".

A nota é assinada por Charles Dallara e Jean Lemierre, diretores do Comitê de Credores-Investidores Privados.

Ao "Financial Times" o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, afirmou que as conversas serão retomadas na semana que vem. Mas fontes próximas às negociações dizem que elas foram "muito tensas".

O Fundo Monetário Internacional (FMI) instou o retorno das conversas por um acordo que garanta a "sustentabilidade da dívida" grega.