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Irã acusa americanos por atentado que matou cientista

Químico Ahmadi-Roshan, assassinado na quarta, foi enterrado ontem, sob gritos de 'morte à América'; Hillary nega envolvimento

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, acusou os EUA e Israel de estarem por trás do assassinato do cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi-Roshan, 32, e jurou punição aos autores e aos mentores do atentado.

Roshan, perito em química que ocupava um alto cargo na central iraniana de Natanz, a mais importante do país, foi sepultado ontem em Teerã. Seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas que gritavam "morte a Israel" e "morte à América".

O especialista foi morto na quarta-feira de manhã, depois que um homem numa motocicleta se aproximou de seu carro e grudou nele um artefato magnético, que explodiu segundos depois.

Desde 2010, foi o quarto caso de morte de cientista ligado ao programa nuclear do Irã, devido ao qual o país vem sendo alvo de sucessivas sanções das Nações Unidas, dos EUA e da União Europeia.

A agência iraniana Fars, ligada à Guarda Revolucionária do regime, divulgou relatório de um funcionário não identificado do governo segundo o qual o Irã já se prepara para uma retaliação.

A secretária de Estado Hillary Clinton negou que haja envolvimento dos EUA no episódio e condenou o atentado ao cientista. Em visita ao Líbano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que "qualquer ataque a cientistas ou civis é inaceitável".

As relações entre o Irã e o Ocidente vêm passando por momentos de grande tensão desde o final de 2011, quando os EUA acusaram os iranianos de estar por trás de plano para matar o embaixador saudita em Washington.

ADVERTÊNCIA

Em dezembro, diante da possibilidade de sofrerem novas sanções, os iranianos ameaçaram fechar o estreito de Hormuz, canal por onde é escoado um sexto da produção mundial de petróleo.

Segundo o "New York Times", a Casa Branca utilizou um "canal secreto" para fazer chegar a Khamenei a informação de que os EUA responderiam a qualquer tentativa de fechar o estreito.

O jornal cita altos funcionários do governo americano, cujos nomes não foram revelados, mas não especifica qual foi o "canal secreto" usado -diz apenas que não se tratou da via habitual, a Embaixada da Suíça em Teerã (EUA e Irã estão com suas relações diplomáticas cortadas desde o fim dos anos 70).

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