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FMI vê risco de insolvência na Espanha

Itália, segundo diretora do Fundo, também precisará de recursos de fundo emergencial para evitar uma quebra

Chanceler alemã Angela Merkel continua apostando na disciplina fiscal como remédio para a crise européia

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), afirmou que Itália e Espanha podem se tornar insolventes devido ao custo para financiar suas dívidas, caso os líderes da zona do euro não criem já um fundo emergencial de resgate maior do que o atual.

Itália e Espanha têm economias maiores do que a da Grécia, onde um impasse impede o desfecho das negociações com os credores privados para redução da dívida.

Lagarde disse que Itália e Espanha insolventes trariam "implicações desastrosas para a estabilidade global".

A chefe do FMI discursou para o Conselho Alemão de Relações Internacionais e pediu que as economias mais fortes -como é o caso da própria a Alemanha- invistam mais para o crescimento da região, aumentem as reservas contra a crise da dívida e fortaleçam a integração europeia.

Somente no último ponto parece haver consenso entre Lagarde e a chanceler alemã, Angela Merkel. Em evento pela celebração dos dez anos da introdução das notas e moedas do euro, Merkel disse: "A Europa só irá para a frente se tomarmos o caminho da integração novamente".

Para ela, a disciplina fiscal é fundamental para o futuro da União Europeia. Já Lagarde ponderou que cortes orçamentários indiscriminados apenas aumentarão as pressões para recessão.

Enquanto Merkel argumenta que este não é o momento para debater o aumento dos fundos de resgate para a zona do euro, o FMI pede que a Europa dobre o tamanho de seu fundo, chegando a cerca de € 1 trilhão.

Ainda ontem, o banco central da Espanha anunciou que a economia do país entrará em recessão neste ano, com queda de 1,5% de seu PIB e efeitos que durarão até 2013.

Com isso, a taxa de desemprego no país seguirá crescendo e deve atingir 23,3% da população. O banco central estima que 500 mil postos de trabalho serão cortados em 2012.

GRÉCIA

Na Grécia, o grupo de credores privados diz que já chegou à sua oferta-limite de redução dos valores devidos.

No entanto, ministros europeus reunidos em Bruxelas rejeitaram a proposta. Os ministros afirmaram que não aceitariam um juro de 4% para os títulos de longo prazo, defendido por bancos e outras instituições privadas.

Representantes da Grécia afirmaram que o país não está preparado para pagar uma taxa de remuneração maior que 3,5%, posição sustentada durante a reunião.

Apesar do desacordo de ontem, Olli Reihn, o comissário europeu responsável para assuntos financeiros e econômicos, declarou esperar um acerto final "dentro de alguns dias".

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