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Crise da Grécia ainda não foi estabilizada, afirma Merkel

Alemã diz que Berlim não tem recursos ilimitados para resgates

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Angela Merkel dominou as atenções europeias ontem. A chanceler (premiê) alemã fez o discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), e trechos de entrevista que deu a seis grandes jornais europeus, entre eles "The Guardian", "El País" e "Le Monde", foram divulgados.

A mensagem: a Europa precisa de mais integração para combater a crise econômica global, que, Merkel fez questão de ressaltar em Davos, começou nos EUA.

Merkel disse que as reformas de austeridade fiscal nos países da União Europeia precisam ser acompanhadas por reformas no modelo de governo do continente.

Para isso, ela sugere que a Corte Europeia de Justiça ganhe poderes de fiscalização dos gastos e dos Orçamentos dos países da zona do euro e fala até mesmo em criar união política maior, com governo central, uma Suprema Corte e um Parlamento bicameral.

Apesar dos planos para o futuro, afirmou que, no presente, o pacote para resolver a crise na Grécia não está funcionando e que a Alemanha não tem recursos ilimitados para resgatar outros países.

"Nem os gregos nem a comunidade internacional conseguiram estabilizar a situação", disse.

Um porta-voz do governo da Grécia declarou ontem que o país espera concluir a renegociação de sua dívida até o fim da semana.

A chanceler também disse que seu país é solidário aos demais, mas que não é possível esquecer a iniciativa dos outros países. "Nós dizemos desde o início que defendemos o euro, mas não queremos uma situação em que sejamos forçados a prometer algo que não conseguiremos cumprir", advertiu.

Sua frase é uma resposta às pressões do FMI (Fundo Monetário Internacional) e de sua diretora-gerente, Christine Lagarde, para que a Europa aumente o seu fundo de resgate a países que enfrentam a crise da dívida como modo de proteção contra ataques especulativos.

No Reino Unido, que se opõe a uma união fiscal europeia, foi divulgado ontem que a economia do país teve contração de 0,2% no último trimestre de 2011, segundo dados do Escritório Nacional de Estatísticas.

A queda é maior do que os economistas previam -0,1%- e realimenta os temores de uma recessão na Europa. No trimestre anterior, a economia crescera 0,6%. O país não sofria contração desde o último trimestre de 2010.

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