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Aniversário de revolução leva 1,5 mi à praça Tahrir

Egípcios cobram melhorias concretas

Mohamed Abd El-Ghany/Reuters
Manifestantes participam de protesto no Cairo no aniversário de 1 ano da revolta egípcia
Manifestantes participam de protesto no Cairo no aniversário de 1 ano da revolta egípcia

MARCIA CAMARGOS
ARLENE CLEMESHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO CAIRO

Mais de 1,5 milhão de pessoas reuniram-se na praça Tahrir, no Cairo, para marcar o primeiro aniversário da revolução que que eclodiu em janeiro de 2011 e acabou derrubando o ditador Hosni Mubarak, em fevereiro.

As tentativas de intimidação do governo, que espalhou boatos sobre a possibilidade de violência, não surtiram efeito -assim como a intenção de transformar o ato de ontem numa mera comemoração, destituída de qualquer sentido político.

"Queremos mudanças concretas", disse Abdel Halim, um jovem de 21 anos que trabalha como guia turístico e se sente muito prejudicado com a redução do número de turistas no Egito. "Após um ano, a junta militar nem sequer começou a resolver os problemas mais básicos que afetam a população."

CRISE ECONÔMICA

Com 15 milhões de pessoas vivendo em condições precárias de habitação, equivalentes à realidade enfrentada pelos moradores das favelas brasileiras, o país atravessa uma das suas mais graves crises. Cerca de 40% da população está abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de US$ 2 por dia.

A desorganização da economia afeta sobretudo os jovens egípcios, que não conseguem trabalho.

Sem perspectiva e sem conseguir uma ocupação, muitos deles estão há meses acampados na praça Tahrir.

Sob as palavras de ordem "fora, fora, junta militar", os manifestantes traziam cartazes pedindo a soltura dos presos políticos, fotografias dos mártires da revolução e muitas bandeiras do Egito.

Em uma prova da sua força e da sua capacidade de organização, membros da Irmandade Muçulmana formavam verdadeiras barreiras em cada uma das vias de acesso à praça, checando cada um que se dirigia ao local.

A ideia era evitar a infiltração de provocadores entre os manifestantes.

O grupo islâmico saiu-se vitorioso na primeira eleição para o Parlamento.

Ainda que seja alvo da crítica de alguns militantes independentes, que se queixam do monopólio da Irmandade sobre o aniversário, a medida evitou que cenas de violência fossem registradas.

O apelo por mudança não se restringiu apenas à capital egípcia. Manifestações semelhantes realizaram-se em outras cidades.

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