Ex-FMI é absolvido de escândalo sexual
Dominique Strauss-Kahn, que comandou Fundo até 2011, era acusado de proxenetismo em festas com mulheres
Economista francês era apenas um cliente de prostitutas, afirma tribunal; caso arruinou sua carreira política
Um tribunal de Lille, na França, absolveu nesta sexta-feira (12) o ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, 66, de proxenetismo (exploração da prostituição).
DSK, como é conhecido, mostrou-se impassível durante a leitura da sentença, e só assentiu com a cabeça quando o juiz o declarou inocente de ter contratado prostitutas para festas em Paris, Bruxelas e Washington.
Principal nome do Partido Socialista francês para candidato às eleições presidenciais de 2012, DSK viu sua carreira política desmoronar por causa desse escândalo. Além disso, sua mulher, a apresentadora Anne Sinclair, pediu a separação em 2012.
Em 2011, DSK foi acusado de ter participado de festas com prostitutas, organizadas por amigos na França, Bélgica e em Washington, onde está localizada a sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), organização que ele comandou de 2007 a 2011.
Acusado ao lado de outras 13 pessoas de "proxenetismo qualificado", DSK nunca negou sua participação nessas festas, mas sempre disse ignorar que as mulheres fossem prostitutas contratadas por seus amigos.
A Justiça acatou seus argumentos, ao afirmar que o ex-chefe do FMI e ex-ministro da Economia (1997-1999) não foi o "instigador das festas". "(Strauss-Kahn) teve um comportamento de cliente, o que não pode ser repreendido pela lei", disse o presidente do tribunal, Bernard Lemaire.
O próprio promotor do caso havia pedido sua absolvição, ao considerar que não havia provas contra ele.
Apesar do clima de tranquilidade no julgamento, os debates revelaram detalhes da vida sexual de DSK, que ele mesmo reconheceu ser "mais rude que a média". Várias prostitutas se referiram a sessões de "abate". DSK preferiu falar de "recreação", "festa", se definindo como um libertino.
OUTROS CASOS
Antes dessa acusação, DSK já possuía em sua biografia outros escândalos sexuais.
O primeiro episódio remonta a 2008, quando a ex-funcionária do FMI Piroska Nagy acusou-o de assédio. DSK pediu desculpas publicamente e manteve o posto.Enquanto isso, a jornalista francesa Tristane Banon acusou-o de tentativa de estupro, que teria ocorrido em 2003.
O caso mais rumoroso foi em maio de 2011. Segundo a camareira Nafissatou Diallo, do hotel Sofitel, em Nova York, ela foi estuprada por DSK quando foi arrumar o quarto dele. O episódio terminou com um acordo financeiro confidencial.