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Malhar vira moda e Havana já tem quase 300 academias

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA

Para ser empreendedor em Cuba há que suar muito a camisa. É o que diz, abusando da metáfora, Juan Carlos Nuñez, que abriu uma academia de ginástica na zona antiga de Havana há seis meses.

"Essa viga de ferro já foi uma estante", diz, olhando um aparelho improvisado para exercitar o braço.

Nuñez, 39, diz que o motivo para investir toda a sua poupança -não revelada- na J&J Gym foi óbvio: há demanda, principalmente de mulheres. O "custo Cuba", porém, envolve, entre outros, a falta de insumos, daí a gincana pela busca do ferro.

Mas malhar está na moda em Cuba, e Nuñez está feliz: tem uma média flutuante de cem alunos. "A meta é 200."

Academias caseiras, toleradas antes da ampliação de licenças para pequenos negócios concedida em 2010, se expandiram. O governo fala em quase 300 em Havana.

Dayana Castro, 18, e Lisandra Rosales, 16, começaram a malhar por US$ 5 mensais (R$ 8,70) em novembro -uma quantia e tanto num país em que a média do salário formal é de US$ 17 (R$ 29,60). "Para brilhar há que pagar", diz Andy García, 21, da J&J.

Até o Estado entrou no negócio. A estatal Habanaguex abriu sua academia, com ducha quente e armário individual -os equipamentos lá não são improvisados, mas comprados com doação da Itália e da ONU. Os preços são os do mercado, claro.

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