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Análise

Decisão da Casa Branca facilita negociações com o Taleban

IGOR GIELOW
SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O anúncio do fim das operações de combate americanas no Afeganistão obedece ao calendário eleitoral da superpotência, mas também deverá facilitar as negociações de paz no país asiático.

Ao definir a data de 2013, um ano antes da retirada total de suas tropas, Barack Obama ganha mais uma carta para jogar na campanha de sua reeleição. Sua plataforma, quatro anos atrás, era fortemente baseada no desmonte das guerras no Iraque e no Afeganistão.

No país árabe, as tropas já foram embora. No sul asiático, a questão é mais complicada, pois os EUA comandam uma força com quase 50 países e a situação de segurança continua frágil.

Seja como for, o prazo está dado. E isso ocorre no momento em que começam enfim as primeiras conversas efetivas entre a milícia fundamentalista Taleban e os EUA, que invadiram o Afeganistão em 2001 e tiraram o grupo do poder por abrigar Osama bin Laden e outros mentores dos ataques do 11 de Setembro.

Bin Laden foi declarado morto pelos EUA ano passado, abrindo caminho para o fim retórico da guerra.

O Taleban montou há algumas semanas um escritório no Catar, e no sábado passado surgiram os primeiros relatos de contatos diretos entre seus membros e enviados americanos.

Na pauta, a libertação de presos afegãos da prisão da base americana de Guantánamo (Cuba), um primeiro passo para estabelecer confiança entre os dois lados.

Quem até aqui está de fora é o governo afegão, que terá a missão de lidar com a segurança do país quando o Ocidente se retirar, em 2014.

O Taleban por ora não aceita negociar com o presidente Hamid Karzai, que por sua vez teme que a provável volta do grupo ao palco político oficial do país mine de vez sua baixa credibilidade.

Mas há rumores de que o Paquistão, país que criou e apoia o Taleban, quer promover esse contato em reuniões secretas na Arábia Saudita.

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