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No Haiti, Dilma promete combater 'coiotes'

Presidente afirma que Brasil está aberto para receber imigrantes, mas contribuirá com desenvolvimento haitiano

Durante visita, ela reiterou a decisão de retirar parte dos militares brasileiros da missão de paz no país

FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE

A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem em Porto Príncipe as medidas tomadas pelo governo para coibir a entrada de imigrantes ilegais haitianos no Norte brasileiro e prometeu combater quadrilhas de tráfico de pessoas que atuam no negócio.

"Reafirmo o duplo propósito das novas medidas: garantir o acesso dos haitianos ao nosso país em condições de segurança e dignidade e, ao mesmo tempo, combater o tráfico de pessoas", disse a presidente ao lado do colega haitiano, Michel Martellly.

Dilma disse que o Brasil segue "aberto" aos haitianos migrantes, mas frisou que seu governo seguirá a cooperação para "criar para os haitianos condições de vida melhores no próprio Haiti".

Após a entrada ilegal de ao menos 4.000 haitianos no Brasil desde 2010, o governo decidiu, em janeiro, reforçar as fronteiras no Norte do país e instituiu uma categoria de visto permanente especialmente para haitianos.

A concessão de vistos -cem por mês- não exige vínculo empregatício no Brasil e é feita só na embaixada em Porto Príncipe, na tentativa de desestimular o esquema de "coiotes" que trasladam ilegalmente os haitianos. Dilma reafirmou que o país legalizará os haitianos que entraram antes da nova regra.

Em sua primeira visita ao Haiti, Dilma anunciou a criação de uma comissão mista para avaliar as condições de segurança do país a partir do início da retirada gradual das forças de estabilização da ONU, a Minustah. O Brasil mantém o comando militar da missão e contribui com o maior contingente.

Em outubro, o Conselho de Segurança da ONU decidiu reduzir em 20% as forças da Minustah, que haviam sido reforçadas após o devastador terremoto de janeiro de 2010.

Deixarão o país nos próximos nove meses 2.750 homens, entre soldados e policiais. No caso do Brasil, a redução será de 13%: 288 homens voltarão para casa.

A presidente passou em revista os soldados brasileiros. Martelly, que enfeitou a capital com bandeirinhas do Brasil e fotos de Dilma, participou da cerimônia saudando os soldados em português.

Dilma também prometeu incentivar o investimento privado brasileiro no Haiti. No final da visita, a presidente se encontrou com o ator americano Sean Penn.

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