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Ocidente sugere "grupo de amigos" para Síria

Proposta é lançada após fracasso em aprovar resolução na ONU contra regime de Assad

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma dia após o fracasso na tentativa de aprovar uma resolução no Conselho de Segurança da ONU contra o regime sírio, ganhou força ontem proposta para a criação de um "grupo de amigos da Síria democrática" para pressionar pela saída do ditador Bashar Assad.

Lançada pela França, a proposta obteve apoio dos EUA e da Alemanha.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que a ONU foi "neutralizada" pelo veto à resolução imposto por China e Rússia, descrito por ela como uma "caricatura".

Hillary afirmou ainda que a comunidade internacional tem o dever de impedir a violência e promover uma transição política -sem Assad- no país árabe.

Na última sexta, no episódio mais violento em 11 meses de revolta, mais de 200 pessoas foram mortas em um bombardeio das forças militares à cidade de Homs, segundo grupos ativistas.

Os ataques prosseguiram ontem, enquanto a população ainda buscava nos escombros corpos dos mortos na véspera. A estimativa dos ativistas é de pelo menos mais 30 mortes ontem.

Para o CNS (Conselho Nacional Sírio), que reúne diversos grupos contrários ao governo, Rússia e China concederam ao regime de Assad uma "licença para matar" ao vetar a resolução, que exigia que o ditador deixasse o poder. Na opinião russa, a resolução era parcial.

"O que aconteceu na ONU foi uma caricatura. Diante de um Conselho de Segurança neutralizado, temos de redobrar nossos esforços fora da ONU com aqueles aliados e parceiros que apoiam o direito do povo sírio de ter um futuro melhor", disse Hillary em visita a Sofia (Bulgária).

O governo do presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse que apresentará "nos próximos dias" iniciativas para a criação do grupo de amigos.

A Alemanha sugeriu que a coalizão seja organizada nos moldes do Grupo de Contato sobre a Líbia - também proposto pela França e formado por potências ocidentais e regionais. Esse grupo articulou com a Otan (aliança militar ocidental) operações militares contra o regime de Muammar Gaddafi, além de prover ajuda a forças da oposição.

Hillary afirmou ainda que os EUA estudam ampliar sanções "regionais e nacionais" contra a Síria, com o objetivo de impedir o uso de armas contra a população civil.

"Vamos trabalhar para expor todos aqueles que ainda estão financiando o regime e mandando armas para serem usadas contra sírios indefesos, inclusive mulheres e crianças."

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