Cristina denunciará britânicos ao Conselho de Segurança

A presidente argentina Cristina Kirchner disse ontem que fará uma denúncia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas devido ao que considera ser uma "militarização do Atlântico Sul".

Cristina referiu-se ao envio por parte dos britânicos de um navio de guerra e do príncipe William, em missão militar, ao arquipélago das ilhas Malvinas (Falklands em inglês). O episódio é mais um na escalada de tensão entre Reino Unido e Argentina, a semanas do aniversário de 30 anos da Guerra das Malvinas (entre abril e junho de 1982).

"Estão militarizando o Atlântico Sul uma vez mais. Não podemos interpretar de nenhuma outra maneira o envio de um destróier acompanhando um herdeiro real. Um herdeiro que gostaríamos de ver usando roupas normais, e não vestido de soldado."

O príncipe William encontra-se nas Malvinas realizando tarefas de resgate como piloto de helicóptero das Forças Aéreas britânicas.

A presidente também anunciou que, no próximo dia 14 de junho, o governo argentino estará representado no comitê de descolonização da ONU, pedindo que os britânicos cumpram determinação dessa entidade de que os países voltem a dialogar sobre a soberania das ilhas. "Não vamos permitir que os ingleses exibam as Malvinas como se fossem um troféu de guerra."

Também foram anunciados o fim do sigilo de um arquivo com informações sobre a guerra e a criação de um hospital de saúde mental para ex-combatentes.

Segundo associações de soldados veteranos da guerra, já se suicidaram depois do conflito mais de 300 ex-combatentes.

Cristina fez seu discurso diante de um mapa das ilhas pintado com as cores celeste e branca, da bandeira nacional. E acrescentou que a causa das Malvinas hoje não é só argentina, mas latino-americana.