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Presidente do Irã anuncia avanço nuclear

No aniversário da Revolução Islâmica, Ahmadinejad disse que revelará em breve "grandes" conquistas atômicas

Junto a líder do Hamas, mandatário criticou Israel, voltou a negar o Holocausto e se disse "pronto a conversar"

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o país está prestes a revelar novos avanços na área nuclear, mas deixou claro que isso não o impedirá de seguir negociando com as potências.

A declaração foi feita ontem em discurso em Teerã pelo 33º aniversário da Revolução Islâmica, a festa nacional iraniana celebrada neste ano na presença do líder do grupo palestino Hamas na faixa de Gaza, Ismail Haniyeh.

"Nos próximos dias, o mundo testemunhará o anúncio pelo Irã de conquistas nucleares muito importantes e muito grandes", disse Ahmadinejad diante de milhares de pessoas na praça Azadi.

Ele não deu detalhes sobre o anúncio. O Irã diz enriquecer urânio para fins energéticos e medicinais. EUA, Europa e Israel o acusam de tentar fabricar a bomba atômica.

Em meio a novas sanções que tendem a sufocar a economia iraniana, Ahmadinejad reiterou que Teerã busca uma solução diplomática, desde que mantenha seu direito de enriquecer urânio.

"Sempre estivemos prontos a conversar num ambiente de justiça e respeito mútuo", afirmou o presidente, que atacou Israel em resposta às ameaças de uma ofensiva contra o Irã. Ele disse que EUA e Ocidente "inventaram uma história chamada holocausto" para justificar a criação do Estado de Israel e dominar o mundo. Haniyeh afirmou que o Hamas jamais reconhecerá Israel. Foi aclamado com gritos e palmas.

Muita gente carregava cartazes com inscrições pedindo "morte" a Israel e aos EUA. Sob segurança reforçada, o público foi dividido em áreas para homens e mulheres. Helicópteros militares voando em círculos despejaram flores, criando uma chuva de pétalas para celebrar o levante popular que derrubou a ditadura secular e pró-Ocidente do xá Reza Pahlevi em 1979.

"Não vivi aquela época, mas sei que o xá era mau com seu povo. Estou feliz de festejar este dia histórico", disse à Folha o estudante Mehdi, 15.

No centro da praça Azadi estava exposta uma reprodução em tamanho real do "drone" (avião não tripulado) americano interceptado em dezembro pelo Irã.

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