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Pacote para Grécia inclui mais 130 bi de euros

Acordo prevê que país terá de implantar medidas para reduzir sua dívida de 160% para 121% do PIB até 2020

Sem ajuda, os gregos se veriam forçados a dar calote em parcela de sua dívida que deve vencer no mês que vem

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Com uma crise social cada vez maior na Grécia, os ministros das Finanças da zona do euro aprovaram nesta madrugada em Bruxelas a liberação de € 130 bilhões de um segundo e decisivo pacote de resgate ao país, que corre riscos cada vez maiores de inadimplência.

Os ministros também determinaram que o governo grego deverá implantar medidas que reduzam a dívida da Grécia de 160% para 121% do PIB até 2020, segundo a agência de notícias Reuters.

Com isso, o acordo chega perto da meta anterior de 120% do PIB. Até o fechamento desta edição, os detalhes do acordo ainda não haviam sido anunciados.

Durante as negociações, que duraram mais de 12 horas, novo entrave ao empréstimo de € 130 bilhões ao país foi levantado pela Holanda.

Descrente de que os gregos cumprirão a sua parte no acordo, o ministro das Finanças holandês, Jan Kees de Jager, declarou que deseja estabelecer uma missão permanente da chamada "troica" (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI) na Grécia.

Essa missão teria a finalidade de assegurar que Atenas cumpra os ajustes impostos pelos credores públicos. As medidas de austeridade, que chegam a € 3,3 bilhões, reduzirão salários, aposentadorias e o total de empresas e empregos públicos no país.

De Jager foi firme ao dizer que "a Grécia quer o dinheiro, mas até agora não demos nada a eles. Nós podemos dizer não até que o país cumpra todas as exigências".

A exigência holandesa surge em um momento em que a Alemanha, até aqui a maior fonte de pressão sobre a Grécia, enfim dava sinais de concordância com a liberação dos recursos.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, se disse otimista e afirmou que seu objetivo era decidir sobre o novo plano ontem, embora ainda quisesse esclarecimentos a respeito da redução da dívida da Grécia.

O foco de Schäuble era a negociação com os credores do setor privado, que envolve o perdão de € 100 bilhões da dívida. O ministro quer que o país alcance o objetivo de reduzir sua dívida para 120% do PIB em 2020. Hoje, ela está em 160%.

O FMI, dirigido por Christine Lagarde, acredita que só o acordo com credores privados será insuficiente para esse objetivo, e pede que o Banco Central Europeu, o maior credor da Grécia, aceite deixar de lucrar € 15 bilhões para que a meta seja atingida.

Sem o empréstimo e o acordo com os credores privados, a Grécia não terá como pagar parte da dívida, de € 14,5 bilhões, que vence no dia 20 de março. Um eventual calote põe em risco a permanência do país na zona do euro.

As medidas de austeridade que o governo aprovou na semana passada geraram grandes protestos no país.

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