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Instituições depositam valor recorde no BC europeu Bancos optam por não emprestar a empresas DE SÃO PAULOUm dia depois de receberem empréstimo de € 530 bilhões, as instituições financeiras decidiram deixar o dinheiro depositado no Banco Central Europeu. Os bancos alocaram € 777 bilhões na linha overnight (de um dia para o outro), superando o recorde anterior, de € 528 bilhões, em 17 de janeiro. Na quarta-feira, o montante ficou em € 475 bilhões. O depósito recorde é mais um sinal de como os bancos estão preferindo ficar com o dinheiro guardado a emprestar para empresas e consumidores europeus ou para outras instituições financeiras. Não era esperado que os bancos emprestassem o dinheiro imediatamente, mas eles têm deixado montantes cada vez maiores no BCE (que paga juros de 0,25%), o que é preocupante no médio prazo, e já se nota desaceleração no crédito na região. Antes de o BCE ter começado a operação, os depósitos na linha overnight ficaram muitas vezes abaixo de € 200 bilhões em 2011. Os € 530 bilhões emprestados pelos BCE na quarta-feira foram a segunda parte de uma linha de crédito de três anos a juros baixos (1%). Na primeira, em dezembro, foram emprestados € 489 bilhões aos bancos da região. CRÍTICA DE DILMA Esse crédito trilionário foi alvo de críticas da presidente Dilma Rousseff, pelo fato de os bancos investirem em mercados como o Brasil, que pagam altas taxas de juros. O real, em consequência, tem se valorizado, prejudicando setores exportadores.Os bancos também têm investido na compra de títulos de países como Itália e Espanha. Essa estratégia, que era uma aposta do BCE ao adotar o financiamento de três anos, tem derrubado os juros desses países, o que torna menos caro o refinanciamento de suas dívidas e, portanto, tem um impacto menor sobre os deficit, em um momento em que os governos europeus tentam ajustar suas contas. Essa operação, no entanto, não é sem risco, segundo analistas. Ao aumentar seus investimentos em títulos de Itália e Espanha, os bancos estão elevando a sua exposição a esses países. Em caso de uma reedição do que está ocorrendo com a Grécia, com ameaça de calote e reestruturação da dívida, os bancos estarão com papéis que ninguém vai querer e que vão valer cada vez menos. Nesse cenário, cresce o risco de novas quebras de bancos e de crise ainda mais aguda. Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros |
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