Cuba fica fora de cúpula regional e reclama de pressão americana

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, informou ao ditador cubano, Raúl Castro, que não será viável convidar Cuba para a Cúpula das Américas, que acontece em Cartagena, em abril.

Santos vinha sendo pressionado pelos países da Alba (Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América), bloco da órbita do venezuelano Hugo Chávez que reúne também, entre outros, Bolívia, Equador e Nicarágua.

A Alba exigia a participação da ilha, ameaçando boicotar o evento.

"Manifestamos ao presidente Castro que apreciamos seu desejo de fazer parte dessa reunião, mas que, por não termos alcançado um consenso entre os países do hemisfério, é muito difícil poder convidá-lo", disse Santos.

Segundo ele, Castro teria recebido a notícia com "compreensão e generosidade".

Porém o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, disse ontem que a posição da Colômbia era "inaceitável e injustificável", apesar de considerar que era esperada.

"Não houve nenhuma surpresa, foi a crônica de uma exclusão anunciada", disse.

E Rodríguez acrescentou: "Esse tipo de evento só serve para que os EUA exerçam sua dominação sobre os países da área".

O encontro contará com a participação de 34 líderes do continente. Mas os americanos deixaram claro seu rechaço a uma participação cubana e ameaçavam boicotar o encontro se isso ocorresse.

O presidente colombiano aproveitou ainda a estada em Havana para encontrar seu par venezuelano, Hugo Chávez, que está na ilha em recuperação de uma nova cirurgia para tratar um câncer.

Santos afirmou que Chávez deve voltar a Caracas na próxima semana.

"Encontramos [o presidente] em bom estado de saúde, alegre, de bom ânimo. Ele afirmou que ia ficar mais uns dias e pensava em voltar à Venezuela no começo da semana que vem", disse.