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Irmãos de presidente afegão são alvo de ataque dos talebans

Autoridades saem ilesas; ação ocorreu um dia após grupo prometer vingar a morte de civis por um soldado dos EUA

Obama diz que EUA vão tratar morte de afegãos como se "cidadãos americanos tivessem sido assassinados"

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma delegação do governo afegão foi atacada a tiros durante visita ontem a uma das localidades em que um soldado americano matou civis no fim de semana.

Pelo menos um soldado afegão foi morto no ataque ao grupo, que era formado, entre outros, por dois irmãos do presidente Hamid Karzai.

Um porta-voz do Taleban assumiu a responsabilidade pela ação no vilarejo Balandi, na província de Candahar, no sul afegão, área que é considerada a origem do grupo.

Um dia antes, o grupo fundamentalista islâmico prometera vingança pelo "ataque desumano" em que foram mortas 16 pessoas (entre elas, nove crianças) e alguns dos corpos foram queimados.

O ataque dos talebans começou no momento em que a delegação oficial se encontrava com alguns dos familiares das vítimas em uma cerimônia na mesquita local.

Foram cerca de 20 minutos de troca de tiros entre as forças oficiais e os insurgentes, armados com metralhadoras e fuzis de assalto. Os irmãos de Karzai aparentemente não foram atingidos, mas dois militares e um morador foram feridos.

Do lado dos talebans, "aparentemente houve algumas baixas", segundo relato de jornalista do "New York Times" que estava na mesquita no momento da ação.

Ainda de acordo com o jornal, o governo Barack Obama está discutindo reduzir mais suas tropas no Afeganistão a partir de 2013, após o assassinato de 16 civis afegãos e a queima recente de exemplares do Corão em uma base dos EUA no país.

Porém, nenhuma decisão foi tomada ainda e a aceleração da saída do Afeganistão deve enfrentar forte oposição do comando militar.

No início deste mês, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, disse que as forças aliadas pretendem encerrar no segundo semestre de 2013 as missões de combate no Afeganistão.

Em Jalalabad, leste afegão, centenas de estudantes protestaram com slogans anti-EUA contra o massacre.

PENA DE MORTE

Obama disse ontem que os EUA levam a morte dos 16 afegãos "tão a sério como se os nossos próprios cidadãos e as nossas crianças tivessem sido assassinados".

O soldado, que por enquanto é o único suspeito (algumas testemunhas dizem ter visto mais de um militar), continua preso, mas não teve seu nome revelado. Segundo Panetta, ele pode ser condenado à pena de morte.

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