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Zona do euro eleva fundo para resgatar os países em crise

Mercado queria € 1 trilhão, mas prevaleceu mais uma vez proposta alemã que limita pacote a € 700 bilhões

Como € 200 bilhões já estão emprestados para Grécia, Portugal e Irlanda, o total disponível é menor

RODRIGO RUSSO
DE LONDRES

Os ministros das Finanças da zona do euro aprovaram ontem o aumento do volume de recursos disponíveis para resgatar países em crise.

Como no caso do pacto fiscal, a proposta da Alemanha foi a vitoriosa, mesmo sob críticas do mercado e das autoridades europeias, que queriam um fundo maior.

Ficou acertado que a barreira financeira da zona do euro ("firewall") para evitar o contágio da crise chegará a € 700 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão).

Isso será obtido pela fusão dos recursos do recém-criado Mecanismo Europeu de Estabilidade, fundo permanente no valor de € 500 bilhões, a parte dos recursos do temporário Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, que já existe.

No comunicado oficial, as autoridades dizem que os fundos chegam a € 800 bilhões, mas essa conta inclui também cerca de € 100 bilhões que já foram emprestados à Grécia.

Como outros € 200 bilhões já estão comprometidos em pacotes de resgate para Grécia, Portugal e Irlanda, a capacidade real do fundo é um pouco menor.

A Comissão Europeia defendia um limite de € 940 bilhões, resultado da fusão total do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (€ 440 bilhões) ao Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Durante a semana, o secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, Angel Gurría, havia declarado que "a Europa precisa da mãe de todos os 'firewalls'" para se precaver da crise e evitar o risco de contágio.

Sua proposta era de que o fundo chegasse a mais de € 1 trilhão.

LÓGICA

A lógica dessas propostas era que a confiança dos mercados no continente aumentaria ao verem que a zona do euro disporia de dinheiro suficiente para lidar com a crise das dívidas soberanas; com mais investimentos, diminuiriam as chances de que os fundos de resgate de fato fossem usados.

Na Alemanha e nos outros países que ainda detêm nota máxima das agências de classificação de risco -Holanda e Finlândia-, parte dos políticos e da opinião pública é contra o aumento de recursos, pois isso significa que poderão arcar com os resultados da crise financeira de outros Estados.

Em compensação ao tamanho menor do fundo, ficou acertado que o aporte do capital ao Mecanismo Europeu de Estabilidade, que começa a operar em julho, será antecipado.

Haverá duas injeções de recursos neste ano, outras duas no ano que vem e uma última em 2014.

Além disso, ficou estipulado que os 17 países da zona do euro contribuirão com € 150 bilhões ao Fundo Monetário Internacional, que desde o início do ano quer aumentar seus recursos para lidar com a crise.

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