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Ritmo de criação de vagas nos EUA diminui em março

Resultado inferior ao dos meses anteriores põe em dúvida retomada econômica

Obama prevê "altos e baixos" pela frente, e republicano se diz preocupado; emprego é decisivo para eleição

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O ritmo de criação de empregos nos EUA diminuiu em março, segundo os dados do Departamento do Trabalho. Embora o número seja positivo -houve ganho, e não perda de vagas-, ele lança dúvidas sobre a força da recuperação da economia americana neste ano eleitoral.

Foram criadas cerca de 120 mil vagas no país no mês passado, metade do total verificado em fevereiro -foi também a primeira vez desde novembro de 2011 que esse número ficou abaixo de 200 mil. Analistas esperavam para março algo em torno de 203 mil novos postos de trabalho.

Por outro lado, o desemprego oscilou de 8,3% para 8,2%, o menor em três anos -ele chegou a ser de 10% em 2009, primeiro ano da gestão Barack Obama. Economistas, porém, ponderam que a taxa caiu porque mais gente desistiu de procurar trabalho.

A redução nas contratações sugere que as empresas americanas estejam mais cautelosas e avaliando o custo da alta de 66% nos preços dos combustíveis. O impacto desse aumento no consumo familiar, um dos motores da economia dos EUA, ainda não foi totalmente mensurado.

O presidente do Federal Reserve (banco central americano), Ben Bernanke, já advertira que seria difícil manter o ritmo de criação de postos de trabalho sem o crescimento do consumo no país.

De um ponto de vista mais positivo, o relatório do Departamento do Trabalho mostra que, desde dezembro de 2011, o mercado americano ganhou 858 mil vagas. Esse é o melhor resultado quadrimestral registrado em dois anos.

Ainda assim, os mercados demonstraram frustração com os números de março - logo depois da divulgação do relatório sobre o emprego, houve queda nas taxas de retorno dos títulos do Tesouro e dos contratos de futuros.

IMPACTO POLÍTICO

Obama procurou minimizar a decepção com os resultados do mês passado. Durante evento na Casa Branca, o democrata disse que os índices de criação de vagas eram "notícia bem-vinda".

Ao mesmo tempo, o presidente disse estar "claro para todos os americanos que haverá altos e baixos ao longo do caminho", em referência à recuperação da economia.

O ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, que lidera a disputa republicana pela candidatura de oposição a Obama nas eleições de novembro, classificou os números do emprego como "fracos e muito preocupantes".

O republicano culpa a política econômica do presidente pelo desemprego e pelo baixo índice de crescimento dos EUA -que, para a maioria dos economistas, deve ficar em torno de 2,5% em 2012.

Já a campanha de Obama diz que as propostas de Romney repetem as políticas que levaram à crise de 2008/2009, com cortes de impostos para os mais ricos e menos regulação para os mercados.

Mesmo com o desemprego em queda, a taxa ainda é alta para Obama -nenhum presidente americano desde a Segunda Guerra (1939-1945) disputou a reeleição com índices superiores a 7,8%.

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