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1949 - 'Mãos vazias' Eurico Dutra e Harry Truman DO RIODE SÃO PAULO "É inútil recusar tudo o que os brasileiros quiserem. Se o presidente Dutra voltar de mãos vazias, com nada além de reiteração oral de nossa amizade, ele será objeto de amarga crítica política." O embaixador americano no Brasil mandou em vão o conselho a seu chefe, o secretário de Estado James Webb, em telegrama às vésperas da visita oficial do general Eurico Gaspar Dutra (1946-51) aos EUA, a primeira de um presidente brasileiro. O general retribuía visita de Harry Truman (1947-53), que viera ao Rio dois anos antes para a conferência de assinatura do Tiar (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca), instrumento da recém-iniciada Guerra Fria. Dutra tinha liberalizado a economia, favorecendo importações dos EUA. Proscrevera os comunistas e rompera relações com a URSS. Ele buscava o aumento da cooperação econômica americana. Houve decepção depois da visita, quando saiu o relatório da Comissão Técnica Brasil-EUA, a Missão Abbink, criada em 1948 para traçar um plano de desenvolvimento para o país. O informe não detalhava projetos nem custos. Nacionalistas anti-Dutra o viram como veículo para a presença estrangeira na exploração do petróleo e minérios. Em memorando a Truman, Webb sugeriu que ele fosse vago com Dutra. Sobre pedido de armamentos, que assegurasse "nosso reconhecimento do Brasil como aliado [...] dentro dos limites das nossas capacidades". O assunto "empréstimos" deveria ser evitado. A prioridade dos EUA já estava na contenção do comunismo na Europa, com o Plano Marshall, e na Ásia. "Na paz, como na guerra, nossos países sempre marcharam unidos", discursou Dutra em Washington. Cinco meses depois, um telegrama da embaixada brasileira avisou que a liberação das parcelas do empréstimo para a usina de Volta Redonda dependia de o Brasil pagar os "atrasados comerciais" a empresas americanas. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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