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Na Colômbia, Dilma volta a criticar países desenvolvidos

Presidente brasileira condena políticas que resultam na valorização do real

Presente à Cúpula das Américas, Obama diz que ideia de liberação das drogas levaria ao comércio maciço delas

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL A CARTAGENA

A presidente Dilma Rousseff voltou a criticar as políticas monetárias expansionistas dos países desenvolvidos, ontem, na Cúpula das Américas, que acontece na cidade colombiana de Cartagena.

A presidente falou em um painel com o colombiano Juan Manuel Santos e o americano Barack Obama. "Essas medidas valorizam nossas moedas e isso cria obstáculo para o comércio, tornando nossa economia presa fácil".

Dilma acrescentou que se preocupa com o destino dos "produtos que não têm para onde ir" e vêm para os mercados da América Latina.

"Temos de tomar medidas para nos defender. Isso é diferente de proteger. Não podemos deixar que nossos setores manufatureiros sejam canibalizados." Santos disse concordar, aos olhos de um circunspecto Obama.

Obama disse ser contra a liberação das drogas no combate ao narcotráfico, tema trazido à tona pelos latino-americanos: "Haveria expansão maciça [das drogas]".

O americano defendeu fortalecer os Estados produtores, mas admitiu que os EUA precisam estar conscientes de sua responsabilidade como país consumidor e se disse a favor de discutir o tema.

Num encontro em que vários países requisitaram a presença de Cuba -a ilha não participa devido a pressão dos EUA, por ser uma ditadura-, Dilma e Obama elogiaram a democracia.

A brasileira afirmou que a tradição democrática dos EUA é positiva para as economias do continente, enquanto o americano disse que o sucesso econômico de países como Brasil e Colômbia estava relacionado ao êxito de seus sistemas de governo.

Obama afirmou ainda que a mídia usa linguagem dos anos 50 para tratar da relação EUA-América Latina. "É preciso acabar com a mentalidade de que o culpado por tudo o que vai mal na América Latina são os Estados Unidos".

Questionado sobre se o crescimento do Brasil não se contrapunha a interesses dos EUA, Obama disse: "Damos as boas-vindas à mudança. Se há crescimento da classe média, serão mais clientes para os nossos negócios. Se o Brasil cresce, oportunidades são criadas, eles comprarão mais iPads, Boeings...".

Nesse ponto, Dilma interveio e disse "Embraer", em referência à disputa recente em que o Brasil levou reclamação a Washington.

Após o encontro, os mandatários se reuniram para plenária aberta pela cantora Shakira, cantando o hino nacional colombiano. Os únicos ausentes em relação à previsão inicial foram o venezuelano Hugo Chávez -por questões de saúde- e o nicaraguense Daniel Ortega.

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