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Coreia do Norte é condenada pela ONU

Conselho de Segurança ameaça adotar novas sanções contra o país por colocar em risco segurança da região

Foguete lançado por Pyongyang na última quinta caiu no mar; governo norte-coreano afirma ser um satélite

DE NOVA YORK

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) condenou ontem a Coreia do Norte pelo lançamento de um foguete na quinta-feira passada e ameaçou adotar sanções mais duras.

Para o organismo internacional, a tentativa foi uma grave violação das resoluções das Nações Unidas. Pyongyang afirmara que o artefato era um satélite que deveria entrar em órbita, mas países como os EUA e o Japão sustentaram que houve teste de míssil de longa distância.

A ação fracassou -o foguete caiu no mar alguns minutos após a projeção.

"O Conselho de Segurança deplora que o lançamento tenha causado graves preocupações em relação à segurança da região", informou o órgão, em nota.

O conselho também pediu que o país suspenda lançamentos futuros e cumpra os acordos firmados anteriormente com a ONU, incluindo o abandono de programas nucleares de forma "transparente, verificável e irreversível".

Susan Rice, embaixadora americana na ONU, afirmou que o conselho analisará novas punições e trabalhará para aperfeiçoar a aplicação das sanções existentes.

"O Conselho de Segurança ordenou ao Comitê de Sanções à Coreia do Norte que designe entidades adicionais, incluindo empresas, a serem sujeitas a um congelamento de ativos, bem como identificar adicionais transferências de tecnologia que possam ser banidas", disse Rice, presidente do conselho, cargo ocupado atualmente pelos EUA.

O embaixador da França na ONU, Gérard Araud, também sinalizou que o país espera reação forte do Conselho de Segurança contra o governo de Pyongyang.

"Manifestaremos nosso apoio aos nossos amigos e aliados na região, especialmente ao Japão, mas também a Coreia do Sul, e a todos os países que estão envolvidos nesta crise", disse o representante antes da reunião.

A Heritage Foundation, instituto conservador com sede em Washington, também pediu reação forte à ação norte-coreana. Bruce Klingner, analista da fundação, interpreta que o líder norte-coreano Kim Jong-un, que assumiu o poder após a morte do pai, em dezembro, pode realizar mais provocações militares.

DITADOR EM TESTE

"O novo ditador, que ainda não foi testado, é mais propenso que seu pai Kim Jong-il para calcular mal uma crise, sem saber que Seul tem mais chances de retaliar um confronto militar que no passado."

No domingo, Kim ameaçou, em discurso: "A era de inimigos que usam bombas atômicas para nos ameaçar e chantagear acabou para sempre".

Cresce a tensão entre o país e seus vizinhos, e a Coreia do Sul afirma que o fracasso no lançamento do foguete pode encorajar Pyongyang a iniciar um teste atômico.

O lançamento do foguete também pôs fim a um acordo com os EUA de ajuda alimentar para o país asiático.

Ontem, meios de comunicação japoneses disseram, citando fontes diplomáticas, que Pyongyang não aceitará inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) no país, como tinha sido acordado em fevereiro. (VERENA FORNETTI)

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