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"Crescimento do bloco europeu é debate pendente"

CLAUDIA ANTUNES
DO RIO

O vice-presidente da Comissão Europeia, o espanhol Joaquín Almunia, disse que os países da zona do euro com dívida pública alta manterão a austeridade. Mas ele admitiu que existe um debate pendente sobre como os países que não precisam cortar gastos -como a Alemanha- podem contribuir mais para o crescimento do bloco. A seguir, a entrevista.

Folha - A presidente Dilma tem criticado a política anticrise europeia, de afrouxamento monetário e rigidez fiscal. Vai continuar assim?
Joaquín Almunia - Há na zona do euro problemas derivados da superposição de uma crise bancária e uma crise de dívida pública. Alguns países têm dificuldades de acesso ao mercado para financiar sua dívida.
Os problemas estão sendo tratados com o reforço da coordenação fiscal, com uma política muito firme do BC Europeu e com reformas estruturais ambiciosas. Isso vai produzir resultados, mas eles não aparecem no primeiro mês ou trimestre.

Na Espanha a dívida não era tão grande antes da crise.
Antes da crise havia países cuja dívida estava acima do valor de referência, 60% do PIB, como França e Alemanha, mas não era uma situação insustentável.
E havia países, como Irlanda e Espanha, que tinham um nível de endividamento público baixo, mas um problema de endividamento privado. Com o estouro da bolha imobiliária e a crise financeira, houve uma transferência do excesso desse endividamento para o setor público. A política para enfrentar isso tem de ser de ajuste.

O ajuste vai continuar?
Sim, há países que precisam tornar suas dívidas sustentáveis. Outra coisa é como os países europeus que não têm essa pressão para gastar menos podem contribuir para o aumento da demanda agregada europeia. Esse é um debate que está posto, não se encontrou uma solução porque não é fácil. Mas é de fato um debate pendente.

A Europa é corresponsável pelo "tsunami monetário" que valorizaria o real?
A causa dos desequilíbrios globais que provocam o excesso de liquidez internacional não está na Europa. Está nos deficit dos EUA e nos superavit da Ásia e de países produtores de petróleo e de matérias-primas.
Na relação com a economia mundial, a zona do euro está em equilíbrio, sem grande superavit ou deficit na conta corrente. A taxa de câmbio do euro não mostra volatilidade e é um fator de estabilidade.

Leia a íntegra da entrevista em
folha.com/no1079242

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