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Análise Se objetivo é assustar os gregos antes da eleição crucial, parece estar funcionando LARRY ELLIOTTDO “GUARDIAN” A maior intimidação do mundo: essa é uma forma de classificar os rumores de Bruxelas e Frankfurt com a sugestão de que cada país da eurozona prepara planos de contingência para a saída grega e que essa saída não seria considerada muito grave. Se a ideia é assustar os gregos antes da eleição, parece estar funcionando. O apoio ao Syriza, contrário ao ajuste, vem caindo com a mensagem da elite política europeia de que não há alternativa entre as duras medidas de austeridade e abandonar o euro. A fase seguinte da estratégia, supondo que haja uma, será substituir ameaça por estímulo: após advertências ferozes, indicações de que condições do pacote de resgate talvez possam ser atenuadas. Com a eleição a quase um mês de distância, não é hora de conter a guerra de propaganda. Isso explica o relatório do Bundesbank sobre a saída grega da zona do euro ser "viável" e o vazamento da informação sobre os planos de contingência. A Europa tem experiência em convencer eleitorados a votar "certo". Mas a intimidação pode ser perigosa. Um risco é que a discussão leve pânico ao mercado, pressionando mais os já frágeis bancos europeus. Outro é que, mesmo que os gregos voltem a apoiar siglas pró-austeridade, nada terá mudado: a Grécia continuará em recessão e presa a um plano de ajuste que fracassa. É possível, claro, que os preparativos sejam um reconhecimento de que a Grécia está à beira do colapso e a Europa precisa de um plano abrangente para prevenir a queda dos demais dominós. Por trás de tudo há o medo de que a Europa na realidade não tenha plano, não seja organizada a ponto de intimidar os gregos e continue a negar a possibilidade de que o euro começa a desabar. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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