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Após massacre, Kofi Annan cobra da Síria "passo efetivo"

Em Damasco, representante da ONU pede que rebeldes também deixem as armas

Londres e Paris convocam reunião de grupo de amigos da Síria; regime culpa islamitas por violência

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Após um fim de semana de sangrentos massacres na Síria, o enviado internacional Kofi Annan chegou ontem ao país pedindo "passos efetivos" ao regime do ditador Bashar Assad para pôr fim ao conflito de modo pacífico.

Mas Annan, que representa as Nações Unidas e a Liga Árabe, pediu também que "toda pessoa que tenha uma arma na mão" -sejam rebeldes ou forças leais ao regime- faça sua parte.

"Vim à Síria em um momento crítico nesta crise", afirmou Annan, logo após sua chegada a Damasco, dizendo-se "chocado e horrorizado" pelos ataques recentes.

"Insto o governo a adotar medidas efetivas para sinalizar que está sério na intenção de resolver essa crise pacificamente e para que todos os envolvidos ajudem a criar o contexto correto para um processo político crível. E essa mensagem de paz é não só para o governo, mas para todos com uma arma", disse.

Num sinal de que a pressão sobre Assad deve aumentar, o chefe das Forças Armadas americanas, general Martin Dempsey, afirmou que os EUA devem estar preparados para agir militarmente "caso isso lhe seja pedido".

"Há sempre uma opção militar. Sempre haverá líderes militares que serão cautelosos quanto ao uso de força, porque nunca se tem total certeza do que vem do outro lado. Mas, isso dito, pode-se chegar a esse ponto com a Síria por causa das atrocidades", disse ele à Fox News.

O presidente François Hollande (França) e o premiê David Cameron (Reino Unido), por sua vez, tiveram uma conversa por telefone em que concordaram em agir juntos para aumentar a pressão contra Assad. Eles marcaram uma nova reunião do grupo de amigos da Síria, em Paris, em data a ser anunciada.

Estima-se que ao menos 108 pessoas, dentre elas 32 crianças, tenham sido mortas em massacre na cidade de Houla no fim de semana. Ontem, um bombardeio contra o reduto rebelde de Hama deixou ao menos outros 41 mortos, incluindo oito crianças.

As autoridades sírias responsabilizaram militantes islamitas pelo massacre em Houla e negaram afirmações da ONU e de testemunhas de que havia tanques do Exército na região.

Em carta ao Conselho de Segurança da ONU divulgada pela mídia estatal, o governo disse que o Exército sírio estava em "estado de autodefesa contra grupos terroristas armados", que teriam cometido o massacre.

Aliada síria, a Rússia se disse alarmada pelo massacre, mas afirmou que "estamos lidando com uma situação em que ambos os lados evidentemente têm papel na morte de pessoas inocentes", segundo o chanceler Sergei Lavrov.

Em Brasília, o chanceler Antonio Patriota defendeu que observadores da ONU apurem o episódio. "A ideia é que seja estabelecido um grupo de investigação para apurar exatamente as responsabilidades em relação a essa matança ocorrida há poucos dias em Houla", afirmou.

Colaborou a SUCURSAL DE BRASÍLIA

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